Maciel Salú cada vez mais livre
Cantor pernambucano lança seu quinto disco solo, incentivado pelo Governo de Pernambuco, neste domingo (25)
Postado em: Funcultura | Música
Fred Jordão

Maciel Salú canta sobre preconceito, racismo, democracia e outras urgências em novo disco
Com informações da Assessoria
Liberdade. Mais do que o título do quinto álbum solo do compositor, cantor e rabequeiro Maciel Salú, é a sensação que cada vez mais simboliza a trajetória musical do pernambucano. O disco que ele apresenta neste domingo (25), no Teatro de Santa Isabel, traz à tona o desejo de Maciel se firmar nos mais diversos estilos e cantar ao mundo sobre preconceito, racismo, religiosidade, democracia e violência.
O álbum, que contou com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, reafirma a potência de suas composições e a musicalidade nascida nas tradições populares pernambucanas, mas que rompe fronteiras, se atualiza, é contemporânea. A apresentação terá a participação especial da cantora carioca Juçara Marçal, vocalista da banda Metá Metá, que também canta no disco. Os ingressos custam R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada) e estão disponíveis no link ou na bilheteria do teatro.
“Liberdade” é uma construção da maturidade, profissionalismo e visão de mundo de Maciel Salú. O álbum promove um passeio sonoro sobre temas nada fáceis, mas atuais e relevantes. “Liberdade, com respeito e responsabilidade, é algo que deve ser direito de todo o ser humano. É isso que trago neste disco. É também ter liberdade de falar o que é preciso, de gravar o que eu quero, do jeito que eu acho necessário, sem ninguém para impor limites. Mas é um valor que deveria pertencer à vida de todos”, explica o artista.
O disco já começa por um caminho de debate político e social em “Labirinto”, em que Maciel extrai poesia das guerras e da violência espalhadas pelo mundo. “Eu já viajei muito por conta do meu trabalho. Por isso, já vi muitas realidades, tanto aqui no Brasil, como no Senegal, Estados Unidos e em alguns países da Europa. Então, trago essa vivência da estrada e do que chega até a gente através das notícias e dos livros. Na música, digo para cruzar as fronteiras, mas isso também é em relação à desigualdade social, ao sofrimento, aos conflitos raciais, guerras e bombardeios. É deixar tudo isso para trás”, revela.
“Ninguém nasce com ódio / Nem com religião / Nasce com livre arbítrio / Em qualquer nação / Nem nasce com maldade / E também sem rancor / A vida vai crescendo / Aprende o amor”. Assim começa a música “Liberdade”. Mesmo trazendo um assunto tão espinhoso, a narrativa desenvolvida por Maciel surpreende pelo encontro entre a força do discurso e uma melodia delicada e, ao mesmo tempo, potente, com destaque para os sons da rabeca e da bateria.
Em “Maracatu Sem Lei”, Maciel revisita o episódio das proibições da realização das sambadas de maracatu até o dia amanhecer, que é algo inerente ao folguedo, no ano de 2014. “Tivemos que buscar o Ministério Público para reverter a situação. A música é sobre essa luta e já vem fazendo parte do meu repertório de shows há algum tempo. Agora, entrou no disco”, revela.
A religiosidade também é abordada em “Liberdade”. Maciel traz o tema mais fortemente nas músicas “Jurema” e “Mãe do Mar”, que conta com a participação especial da cantora carioca Juçara Marçal. “Eu já conhecia o trabalho de Juçara e resolvi convidá-la para o disco. A música tem tudo a ver com a voz dela, com o trabalho dela. A presença de Juçara só fez engrandecer essa música em homenagem à Iemanjá, que também já fazia parte no meu repertório nos shows”, conta.
Outra participação especial no disco é a de Lira, que incorporou uma poesia à música “Realidade”. A letra fala sobre líderes negros que lutaram pela igualdade social e pela paz, como Mandela e Bob Marley. “Lira é um amigão e parceiro de outros trabalhos, como algumas trilhas sonoras. O seu poema e a sua voz enriqueceram ainda mais o discurso contra a desigualdade, o racismo e a violência, em um chamado para as pessoas acordarem para o que acontece no mundo em sua volta”, explica.
Já o lado mais leve do disco está em “Luiza” e “Flor de Gardênia”. A primeira música homenageia a neta mais velha de Maciel. Na segunda, o artista canta o amor por sua esposa. Para a alegria dos fãs, o rabequeiro regravou um de seus primeiros sucessos, “Machadeiro”, música dos tempos em que fazia parte da banda Chão e Chinelo. Fechando o disco, Maciel leva em conta mais uma vez a sua versatilidade com o frevo “Chegou Pereira”, que deixa qualquer um com um gostinho de quero mais.
Serviço:
Lançamento de “Liberdade”, novo álbum de Maciel Salú
Quando: domingo (25/03), 19h
Onde: Teatro de Santa Isabel, Recife-PE
Ingresso no Sympla: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (estudantes, professores e +60 anos) no link | Vendas até este sábado (24/03)
Ingresso no Santa Isabel: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (estudantes, professores e +60 anos), de terça-feira a domingo das 9h às 12h, e das 13h às 17h