Carnaval no interior é tema de live em canal da Secult-PE, no YouTube
Postado em: Cultura popular e artesanato | Secretaria de Cultura
Nem só de frevo se faz uma folia. Apesar da fama do Recife e de Olinda, o Carnaval pernambucano é de uma riqueza quase infinita. Sertão, Agreste, Zona da Mata e Litoral possuem tradições que também atraem públicos que gostam de viver a diversidade de manifestações oferecidas durante o ciclo carnavalesco no estado. Os Papangus (de Bezerros), os Caretas (de Triunfo), o Maracatu Rural (de Nazaré da Mata), os Caiporas (de Pesqueira) e os Bonecos Gigantes (de Belém do São Francisco) são alguns dos exemplos de tradições, algumas centenárias, que se manifestam em vários municípios de Pernambuco.
Vestimentas diferentes, coloridas, feitas com primoroso trabalho manual, encantam quem participa da folia com brincadeiras, personagens, música e dança. “A cultura popular nasce dos ritos e rituais, da singularidade para a diversidade. O pernambucano é tão singular e, por ser tão singular, ele abre espaço para a diversidade. Tudo isso forma uma identidade coletiva do imaginário pernambucano. Essa diversidade traz a nossa identidade!,” explica a folclorista, pesquisadora e professora Rúbia Lóssio. “A tradição traz um sentimento de sonho. É uma ponte com o sagrado, entre o céu e a terra, mas é esse sentimento de sonho que torna ela viva”, completa.
Rúbia é a mediadora da live ““Carnaval das Tradições: a folia no interior de Pernambuco”, organizada pelo Núcleo Digital da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), que vai ao nesta terça (22), às 19h, no canal do Youtube com retransmissão pelo Facebook. Participam também Luiz Carlos, presidente da Associação Carnavalesca Urso Rua do Sapo e vice-presidente da Associação das La Ursas Carnavalescas de São Caetano, e Edgley Brito, artista plástico e brincante dos Tabaqueiros de Afogados da Ingazeira.
La Ursa de São Caetano
A famosa frase “A La Ursa quer dinheiro, quem não der é pirangueiro” vem de uma tradição da cidade de São Caetano, no Agreste pernambucano. A cultura de usar fantasias de ursos é algo que acontece há cerca de 50 anos, quando os participantes saiam pelas ruas pedindo frutas, cereais e dinheiro. Atualmente, são feitos concursos para as melhores performances e fantasias.
Segundo Luiz Carlos, uma das agremiações da cidade ainda sai com caçador (ou domador) e urso, usando aquela roupa de “samambaia”, como antigamente. Outros grupos têm estilo mais livre.
“Nós estamos levando a nossa cultura de São Caetano para todo o estado e pro Brasil inteiro de um modo geral. Nossa preocupação é manter a cultura sempre viva”, diz Luizinho, defensor da tradição.
Tabaqueiros de Afogados da Ingazeira
Os Tabaqueiros são os personagens típicos do Carnaval de Afogados da Ingazeira, no Sertão de Pernambuco. Surgiram por volta da década de 1960, na mesma época em que começou o Carnaval de rua na cidade.
Nessa época, eram também chamados de papangus, pela similaridade da fantasia, mas, com o tempo, incorporaram um pequeno recipiente contendo tabaco. Eles ofereciam o produto quando chegavam nas casas, por isso o nome “tabaqueiros”. Usam máscaras e fantasias coloridas que cobrem o corpo todo, com chocalhos presos nas cintura e chicote, que também é chamado de “rei”. Pedem dinheiro e só tiram as máscaras quando lhes dão uns trocados. “A gente se reúne para fazer as máscaras. A confecção das fantasias já faz parte da brincadeira”, conta Edgley Brito.
Cultura em Rede
Realizado pelo Núcleo Digital da Secretaria de Cultura de Pernambuco, o webprograma Cultura em Rede traz, sempre às terças-feiras, às 19h, debates sobre temas relevantes da cultura pernambucana e nacional. A live vai ao ar tanto no canal da Secult-PE no Youtube, quanto no Facebook. Os programas ficam gravados e podem ser acessados a qualquer momento.
Serviço
Live “Carnaval das Tradições: a folia no interior de Pernambuco”, com as participações de Luiz Carlos, Edgley Brito e Rúbia Lóssio (mediação)
Quando: 22 de fevereiro de 2022 (terça-feira), às 19h
Transmissão pelo canal: youtube.com/SecultPE
