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Cultura popular e artesanato

Maracatu

MARACATU NAÇÃO

Foi na surdina por muito tempo que o povo negro manteve suas tradições culturais. Foi pela resistência desse povo que teimou em manter suas expressões que elas continuam vivas.

Um exemplo disso é o maracatu, que remonta as festas organizadas por grupos de escravos que celebravam nos pátios das igrejas a coroação do Rei do Congo. O ritmo foi depois inserido aos festejos carnavalescos.

Costa Neto

Costa Neto

Maracatu Leão Coroado

O termo “maracatu”, utilizado pelos senhores para significar “confusão, bagunça” dos escravos, era utilizado pelos últimos como senha para comunicar aos outros da chegada dos policiais para reprimir suas festas. Os tambores propagavam a mensagem.

A música é cantada por uma toada acompanhada do gonguê, tarol, caixa de guerra, alfaias e xiquirês.

Nos cortejos são representadas as figuras da realeza como os próprios rei e rainha, além da corte composta por príncipes, ministro, duques, condes, vassalos, dama de passo (que porta a calunga, bonecas de origem religiosa), porta-estandarte, aquele que sustenta a umbrela ou pálio (guarda-sol que protege o casal real e que esta sempre em movimento). Completam o desfile fantasias que representam figuras de animais, o guarda-coroa, o corneteiro, o baliza, o secretário, lanceiros, o brasabundo (uma espécie de guarda costa do grupo), caboclos de pena e baianas.

MARACATU DE BAQUE SOLTO / RURAL

Na Zona da Mata, o maracatu tomou outra feição, lá os caboclos de lança fazem um desfile que lembra batalha. Há duas trincheiras, cada uma obedece ao comando de um caboclo de frente, que conduz as manobras ordenadas pelo mestre. Eles correm de um lado para o outro, sacudindo as lanças, executando manobras chamadas de “caídas”. Cada um dos caboclos que fica na posição de “puxar” o cordão, chama-se “boca de trincheira”.

Costa Neto

Mais recente do que o Maracatu de Baque Virado, os primeiros grupos de Maracatu Rural surgem no início do século XX.
A apresentação é caracterizada pelo ritmo rápido dos chocalhos, percussão marcada pelo tarol e acelerada pelo surdo, além do uso de cuíca e de diversos instrumentos de sopro.

O cortejo desfila em um círculo compacto, tendo ao centro o estandarte rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, a calunga (boneca de pano ou plástico) e os caboclos de pena. Esse primeiro círculo é rodeado pelos caboclos de lança, que se encarregam de abrir espaço na multidão com saltos e piruetas, manejando suas lanças.

Daniela Nader/Secult-PE/Fundarpe

Daniela Nader

maracatu estrela da tarde

A religião também está envolta na manifestação que tem um pouco de indígena e de afro-brasileira. Os caboclos de lança usam um galho de arruda atrás da orelha e um cravo ou rosa branca na boca para manter o corpo fechado, se proteger. Também fazem um ritual para preparar sua lança, que “calçada” (benzida) na jurema e tomam o azougue, bebida feita com pólvora, azeite e limão para ficar mais valentes e para prestar homenagem a uma entidade da umbanda conhecida por Zé Pilintra.

Cristiana Dias

Cristiana Dias

maracatu leão da fortaleza

A fantasia dos caboclos de lança tem mais de 30 quilos: um ceroulão com uma fofa em cima; um meião, uma camisa de mangas compridas de cores vivas com um surrão por cima (armação de madeira, que fica amarrada nas costas); chocalhos presos na altura das nádegas, uma gola, bordada, brilhante, um lenço amarrado na cabeça e sobre ele um chapéu de palha. Por cima, uma cabeleira. E pintam o rosto com urucum, assim como os índios.

Galeria de Imagens sobre Maracatu: https://www.flickr.com/search?user_id=45692047%40N06&sort=relevance&text=MARACATU 

Vídeos Interessantes:
Documentário sobre maracatu Tv Brasil 

- História do Maracatu – TV PE 

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