Iara e Íris Campos apresentam o espetáculo “Arreia” no Canal do Sesc Pernambuco no Youtube
A apresentação virtual, que integra a programação do projeto Cultura em Rede, acontece nesta segunda-feira (26), a partir das 20h
Postado em: Artes Cênicas | Cultura popular e artesanato
Bailarinas e irmãs, as pernambucanas Iara e Íris Campos comandam a apresentação do espetáculo “Arreia” nesta segunda-feira (26), às 20h, no Canal do Sesc Pernambuco do Youtube. O corpo e dramaturgia do Caboclinho é o mote da criação, tendo como recorte o Caboclinho 7 Flexas do Recife, agremiação que as artistas integram há 16 anos. A apresentação acontece no Youtube do Sesc Pernambuco (www.youtube.com/sescpernambuco) e integra a programação do projeto Cultura em Rede que até o final de outubro segue com uma série de cursos, apresentações e performances, divididos em cinco linguagens: audiovisual, artes cênicas, música, literatura e artes visuais.
O espetáculo, que foi gravado em casa, respeitando o contexto de isolamento social, tem como objetivo falar sobre a ancestralidade indígena presente no Caboclinho e na linhagem familiar das dançarinas e de Paulinho 7 Flexas, diretor da criação e Mestre do Caboclinho 7 Flexas do Recife, que é um dos Patrimônios Vivos do Estado de Pernambuco. “Arreia é sobre esse fio que liga a história dos povos originários, suas lutas, resistência, festejos, espiritualidade e como essa dramaturgia mítica está presente no Caboclinho”, contam as bailarinas.
O Caboclinho 7 Flechas do Recife foi fundado em 1971, pelo Mestre Zé Alfaiate, depois de alcançar uma graça. “Seu Zé era muito devoto do Caboclo 7 Flechas, da Umbanda, e, depois de ter uma graça alcançada, a entidade veio em sonho e disse que ele tinha que fundar uma brincadeira e ele o fez, em Água Fria. Desde então, o caboclinho resiste”, diz Iara.
Já sobre palavra “arreia”, que intitula o espetáculo, elas explicam que, na linguagem popular, dentro dos cultos religiosos afroameríndios, como a Jurema Sagrada, que ancora a espiritualidade do brinquedo, o verbo Arrear é usado pra designar o momento em que as pessoas estão incorporando. “Na umbanda, na jurema, a gente diz que o corpo está arriando quando está recebendo. Arreia vem disso, do chamar essa força do caboclo para o corpo e assim se diga a que veio”, explica.
A programação do Cultura em Rede segue até o mês de novembro. Para conferir a programação completa, acesse o site www.sescpe.org.br.