Juliana Lapa e Mayra Melo inauguram exposições na Casa do Cachorro Preto
CURAMATA e PARTO abrem para visitação do público nesta quinta-feira, 1º de setembro
Postado em: Artes Visuais
As primeiras exposições das artistas pernambucanas Juliana Lapa e Mayra Melo serão, como quiseram definir: “um reencontro com suas paisagens do inconsciente”.
Na mostra CURAMATA, Juliana apresenta 19 obras em grafite, pastel seco, pastel à óleo e lápis de cor. Desenhos resultados de um processo artístico que mergulhou entre o ‘mundo natural’ e aspectos que caracterizam a identidade, a vocação, a sina das pessoas. “É uma ode ao estado de alerta e fluidez em que nos colocamos quando nos despimos de valores e dogmas sociais que são ausentes num contexto selvagem. Num mergulho dentro de si, uma sereia da mata viaja pelos infernos e limbos internos, até se encontrar numa selva sombria e calma, a consciência de si”, apresenta o texto curatorial.
Já em PARTO, Mayra Melo apresenta o resultado de uma alegoria construída para revelar a poética da artista. Por meio de uma série de 10 fotografias, o público é apresentado a um ser fantástico, em pleno esforço para se desprender daquilo que lhe é supérfluo, em uma interessante busca por sua natureza mais profunda. “Esse é o registro de uma performance primeiríssima na minha vida, fruto de um processo que já vinha amadurecendo há um certo tempo, sobre retirar essas máscaras que ainda precisamos usar, sobre como é possível irmos nos desfazendo dessas personas até chegarmos ao que realmente importa, ao que faz sentido pra gente”, comenta Mayra.
A performance foi registrada pelo fotógrafo Marcelo Vidal e teve impressão fine art, em tiragem única. “Conheci Marcelo por causa da exposição e a sintonia foi imensa, ele esteve sempre disponível e fez um trabalho muito delicado, fez o registro de algo que seria impossível registrar sozinha, que são as coisas que nascem quando a gente resolve se reconstruir”, complementa a artista. Mayra utilizou pó metálico e argila medicinal para revestir seu corpo. A série revela a retirada da argila do corpo, “até atingir essa pele interna, o significado mais profundo, a natureza mais profunda, então, há um sentido grande de libertação e espero tocar as pessoas da mesma forma que fui tocada pelo processo”, convida.
As duas mostras abrem nesta quinta-feira, 1º de setembro, na Casa do Cachorro Preto, em Olinda, às 19h.
ARTISTAS
Juliana Lapa é natural de Carpina, tem 31 anos e é artista autodidata. Trabalhou como produtora audiovisual, fundou ao lado de Leo Sette a Lucinda Produções, ajudou a produzir filmes como Porcos Raivosos. Desde 2015 se dedica integralmente às artes visuais. Participou da feira ArteRua em 2015.
Mayra Melo, 37, designer gráfica, artista visual, editora e produtora. Atualmente pesquisa para uma série fotográfica, onde plantas e flores serão montadas como se crescessem a partir de diversas áreas do corpo da artista.
SERVIÇO
Exposição CURAMATA, de Juliana Lapa + PARTO, de Mayra Melo
Abertura: 1º de setembro, quinta, 19h
Local: A Casa do Cachorro Preto (Rua Treze de Maio, 99, Carmo – Olinda)
No quintal: QuintaLExperimental com Aishá Lourenço e convidados, R$ 5
Visitação: de 2 a 25 de setembro (qui-dom), das 16h às 21h


