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Movimentos emancipadores no país em debate no seminário sobre a Independência

Promovido pela Secult-PE, Seminário Internacional “Tantos Brasis, Tantas Independências: Os Diversos Sentidos da Emancipação Política Brasileira” contou com duas mesas importantes para o entendimento da Independência do Brasil

Jan Ribeiro/Secult-PE

Jan Ribeiro/Secult-PE

Uma das mesas teve como tema Escritos e ideias em movimento: impressos na época da Independência (1817-1824)

Dois debates de grande importância para o entendimento da Independência do Brasil aconteceram nesta quarta-feira (30), durante o Seminário Internacional “Tantos Brasis, Tantas Independências: Os Diversos Sentidos da Emancipação Política Brasileira”, promovido pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE). Às 16h, os participantes puderam participar, no Museu Cais do Sertão, das mesas Escritos e ideias em movimento: impressos na época da Independência (1817-1824) e As múltiplas independências: Grão-Pará e Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais, com participantes de professores e pesquisadores de todo o país. Os debates também foram transmitidos pelo Youtube da Secult-PE/Fundarpe (www.youtube.com/secultpe).

No encontro sobre os escritos e ideias em movimento, participaram o professor Luiz Carlos Villalta, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), como mediador do encontro; a professora Gilda Verri, do programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); e Lucia Bastos Pereira das Neves, professora titular de História Moderna da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na sua fala, Gilda Verri apresentou uma pesquisa com o tema “Entrada de impressos e circulação de ideias em Pernambuco na época da Independência, em 1817”, no qual falou sobre as informações que circularam em Pernambuco na última metade do século 18 e no começo do 19.

“Nesse momento, começaram a fervilhar as ideias revolucionárias e emancipacionistas por conta dos livros que aqui chegaram. Como os personagens locais tinha uma atuação muito importante na área, é possível que os livros tenham chegado exatamente a eles pois, seria muita ‘descoincidência’ se assim não o fosse”, opinou a professora.

Jan Ribeiro/Secult-PE

Jan Ribeiro/Secult-PE

Na sua fala, Gilda Verri apresentou uma pesquisa com o tema “Entrada de impressos e circulação de ideias em Pernambuco na época da Independência, em 1817”,

“O movimento revolucionário somente se deflagra com a circulação de ideias e ações efetivas, mas uma informação fora do lugar teria precipitado o movimento de 1817, e isso o escrivão da corte constatou ao dizer que a data para a eclosão do movimento teria sido obra do acaso”, explicou Gilda Verri.

Para ela, se a revolução eclodiu de repente, sem um antecedente preparo, com muitos detidos pelas ideias revolucionárias, isso traz algumas perguntas: Quais e ideias e quanto tempo seriam necessários para tecer e organizar o movimento revolucionário? Quais motivos e objetivos vieram à trama? Haveria livros e autores que identificassem a concepção de movimento revolucionário? Quais temas e palavras suscitaram ideias e formas de pensar, de agir, viver e transformar as práticas sociais e culturais.

Alguns dos textos que circularam na época, e destacados pela professora, são obras como Revolução e Estado Actual de França, de Na of de Simao Thaddeo Ferreira; Mercúrio Histórico Político e Literário de Lisboa; e o Almanaque e a História do Futuro, do Padre Antônio Vieira.

Jan Ribeiro/Secult-PE

Jan Ribeiro/Secult-PE

A outra mesa tem como tema “As múltiplas independências: Grão-Pará e Maranhão, Espírito Santo e Minas Gerais”

A outra mesa de debates, sobre as múltiplas independências no Brasil, foi formada por Marcelo Cheche, professor da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), pela professora Adriana Campos, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); e Renata Fernandes, da Universidade Federal de Goiás.

Neste debate, a noção da multiplicidade das independências se deu a partir de quatro desses espaços: Maranhão, Grão-Pará, Espírito Santo e Minas Gerais.

De acordo com Marcelo Cheche, vem de uma tradição historiográfica a ideia de se pensar as relações sempre a partir dos centros de autoridades. “Pensar a multiplicidade das independências acaba convergindo para centros como Rio de Janeiro e Lisboa. E olhar para os espaços não centrais fica às vezes secundarizado”, avaliou, pontuando a importância de pensar por este caminho tendo como horizonte a independência e os impactos da revolução liberal sobre a poção americana do Reino de Portugal.

“A ideia é partir da possibilidade de se olhar pra multiplicidade das independências no território americana do reino unido português, a partir de espaços que não são necessariamente regionais, porque o composto desse reino não poderia estar na lógica de um futuro país”, ressalta Marcelo Cheche.

SEMINÁRIO – Promovida pela Secult-PE, por meio da Comissão Estadual para as Comemorações do Bicentenário da Declaração de Independência do Brasil, a iniciativa reúne 38 pesquisadores e docentes de 22 universidades do Brasil, Portugal e Inglaterra, que se dedicam ao estudo do processo de independência a partir de diversas perspectivas metodológicas e teóricas, lançando luz sobre os diversos atores e dinâmicas envolvidos na trama histórica. Ao longo de três dias, os especialistas vão expor suas pesquisas e reflexões em cinco conferências e 11 mesas-redondas.

O Seminário Internacional “Tantos Brasis, Tantas Independências: Os Diversos Sentidos da Emancipação Política Brasileira” é uma realização da Comissão Estadual para as Comemorações do Bicentenário da Declaração de Independência do Brasil, coordenada pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) para celebrar os 200 anos deste momento histórico.

A programação segue até esta quinta-feira (31) e as atividades serão realizadas presencialmente no Museu Cais do Sertão (Bairro do Recife), com transmissão ao vivo pelo Youtube da Secult-PE/Fundarpe (www.youtube.com/secultpe).

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