SECULT-PE de ANDADA visita o Espaço Cultural Mestre Geraldo, na Bomba do Hemetério
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O SECULT-PE de ANDADA teve sua quarta conexão realizada nesta última quinta-feira (13), no Espaço Cultural Mestre Geraldo, sede da Ciranda, do Reisado e da Orquestra Imperial, no bairro da Bomba do Hemetério (Zona Norte do Recife), com integrantes da Associação do Coletivo Cirandas de Pernambuco, que reúne folguedos do Recife e de municípios como Nazaré da Mata, Paudalho e Olinda.
O secretário estadual de Cultura, Silvério Pessoa, foi ciceroneado pelo mestre Sérgio Imperial, presidente da ciranda local e herdeiro da arte de seu pai, mestre Geraldo; e pelo sociólogo e produtor cultural Sérgio Melo, representante do Coletivo. No fim da programação, mestras e mestres fizeram uma apresentação espontânea dando uma palhinha de sua arte que atravessa gerações. Foi emocionante.
Tudo começou com um papo sério, apresentando a história da Ciranda, do Reisado e da Orquestra Imperial e o trabalho do Coletivo. Fundado em 1951, por mestre Geraldo Almeida, o Reisado Imperial deu origem, em 1969, à Ciranda Imperial, que ganhou inúmeros concursos ao longo de sua história. O Espaço Cultural foi inaugurado em 2011. Esse legado, agora sob a responsabilidade de Mestre Sérgio, filho de Geraldo, é inegável patrimônio da cultura popular pernambucana.
Morgana Narjara/Secult-PE/Fundarpe
O coletivo pode apresentar proposições e demandas à Secult-PE
Como é de praxe no SECULT-PE de ANDADA, Silvério recebeu uma lista de propostas voltadas para políticas públicas para a ciranda em Pernambuco. As principais reivindicações giram em torno de maior reconhecimento para a ciranda e da abertura de mais espaço para a apresentação pública do folguedo. “O Coletivo uniu os vários cirandeiros que estavam na mesma situação de dificuldade e deu o pontapé inicial para começar a discutir políticas públicas e encaminhamentos de ações que favorecessem a ciranda”, lembrou Sérgio Melo.
Silvério também ouviu os atores da manifestação cultural e se comprometeu a dar encaminhamentos às demandas na esfera governamental. “Isso aqui é uma prova de união. Sem união não há como defendermos nossa cultura popular. Nós temos que dar as mãos e nos unirmos”, convocou o secretário, bem no espírito da ciranda.
Participaram ainda da escuta Anderson Miguel (Ciranda Raiz da Mata Norte, Nazaré da Mata), Arnaldo do Amaro Branco (Olinda), Biu Paizinho (Ciranda Terno da Mata, Nazaré da Mata), Dona Cristina (Ciranda Dengosa, Recife), Dona Del da Ciranda (Paulista), Mestre Juarez (Cidade Tabajara, Olinda), Mestre Lua da Ciranda, Zeca Cirandeiro (Paudalho), Walter da Cobiçada (Olinda) e representantes das Cirandas do Egídio, do Mestre Mago e da Guabiraba.
“Isso é inédito. Está certíssimo”, comemorou Mestre Sérgio. “O secretário tem que sair do gabinete dele e ouvir as pessoas. É daí que se parte. “Silvério Pessoa ainda recebeu um documento do coletivo Acorde: Levante pela Música de Pernambuco, também com uma plataforma de políticas públicas para a cultura, e realizou a entrega simbólica, para as mestras e os mestres, de cópias do certificado de titulação da ciranda como Patrimônio Cultural do Brasil, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no último dia 5 de março.
