BaianaSystem leva público ao êxtase na 8º noite do 31º FIG
Milhares de pessoas encheram a Praça Mestre Dominguinhos para assistir ao show de BaianaSystem. Gabriel O Pensador, Uana, Barbarize e Amor Eterno também agitaram o público.
Postado em: Festival de Inverno
Atração mais aguardada da 8ª noite do 31º FIG, a banda BaianaSystem encheu o polo Mestre Dominguinhos com um público fiel que sabia todas as músicas na ponta da língua e na ponta dos pés, contagiando todos os presentes com a energia do soundsystem. Isso porque não é preciso ser fã ou nem mesmo conhecer a banda para se envolver com seu show, cujas batidas parecem provocar uma espécie de reação espontânea e involuntária no corpo. Foi assim que a esplanada começou a tremer sob os pulos de um público em frenesi, que encheu o polo na última sexta-feira (28), logo nas primeiras pancadas da abertura com a música “Reza Forte”, do disco “Oxeaxeexu”, de 2021, que deu a tom do show.
Em seguida veio “A mosca” que, apesar de ser mais recente, já causa comoção entre o público. Ocasionalmente, o fundador da banda Roberto Barreto solava na guitarra baiana, conectando o axé ao som de novas sonoridades urbanas, sem deixar de revisitar as raízes da música soteropolitana, sedimentada por diferentes manifestações como o ijexá, afoxé, samba reggae e blocos afros. As tradições pernambucanas também foram lembradas pelo vocalista Russo Passapusso, que exaltou o legado de Gonzaga de Garanhuns, um dos homenageados do festival. Músicas como “Sulamericano” eram estendidas por rimas improvisadas pelo vocalista Russo Passapusso, que versava sobre igualdade social e democracia.
Nesse contexto, também foram cantados outros sucessos como “Lucro” e “Capim Guiné”, que falam, respectivamente, sobre especulação imobiliária e aproximações entre o nordeste brasileiro e a África. A primeira delas contou com a participação da cantora chilena Cláudia Manzo, que reforça a performance da banda em várias canções desta turnê. A todo momento, o público era convidado a formar uma espécie de rodinha de pogo para descarregar a energia, que estava alta quando a plateia era provocada por músicas como “Cabeça de Papel” e “Dia de Caça”.
“A gente veio para receber esse banho de cultura e também fazer uma troca com o público. Pra gente é a maior animação possível poder divertir, pensar, levar as ideias e plantar cultura. Terra de Dominguinhos, gente!”, disse Russo Passapusso, sobre a experiência de tocar no FIG. A banda encerrou a noite com o hit “Playsom”, que incendiou a Praça Mestre Dominguinhos.
DIVERSIDADE DE BEATS
As demais atrações da última sexta-feira seguiram a linha dos baianos e levaram batidas de diversas propostas musicais para o Polo Mestre Dominguinhos. O rapper Gabriel O Pensador encantou todos com o seu carisma e contou com o coro em uníssono de milhares de pessoas quando cantou músicas como “Cachimbo da Paz”, “Astronauta” e “Palavras Repetidas”, que pregou o amor com samples de “Pais e Filhos”, da Legião Urbana.
Os beats pernambucanos de novos artistas do Estado também impressionaram o público, como aconteceu nos shows da cantora Uana e da banda Barbarize. Em diálogo com a música pop e o cenário do Estado, as duas atrações apresentaram misturas inovadoras de brega funk , trap, contando até com alfaias e berimbau, como no caso da Barbarize, sempre com o reforço de muita dança inspirada pelo twerk. A abertura do palco com o grupo garanhuense Amor Eterno garantiu a dose de romantismo do dia, balançando a plateia com o melhor do pagode.
NESTE SÁBADO
O sábado também promete mais uma vez, a Praça Mestre Dominguinhos com sua capacidade máxima para os shows da representante da cena pós-manguebeat Volver, a icônica Ave Sangria, o titã Paulo Miklos e o esfuziante Carlinhos Brown, que vem com sua banda completa e muita energia. A programação do polo começa às 18h e vai até a madrugada.
Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com investimento de R$ 10,8 milhões, o FIG 2023 reforçou a valorização do artista pernambucano, que compõe os 20 polos do festival, que prossegue até o próximo dia 31. São 398 atrações culturais. Desse total, 89,70% (357) selecionados pela convocatória são pernambucanos; e 10,30% (41) são de outros estados. Profissionais de Libras e de audiodescrição estão presentes em shows e espetáculos para oferecer mais inclusão ao público. E no Palco Mestre Dominguinhos há o Camarote da Acessibilidade, recebendo a pessoas com deficiência inscritas no Pernambuco Conduz.
