Dança contemporânea problematiza o pós-colonial
“Terra”, solo de Maria Paula Costa Rêgo, é atração deste sábado (26).
Postado em: Artes Cênicas | Festival de Inverno
Por: Flora Noberto
Marcos Aurélio

Universo indígena inspirou a coreógrafa e bailarina Maria Paula Costa Rêgo, do Grupo Grial de Dança.
A Casa Galeria Galpão encerra a sua programação de dança contemporânea, neste sábado (26), com o espetáculo “Terra”, solo de Maria Paula Costa Rêgo, diretora e coreógrafa do Grupo Grial (Recife – PE). Para realizar o trabalho coreográfico, Maria Paula se inspirou no universo indígena para contar “uma história mil vezes repetida, mil vezes esquecida: a do direito de ser”. “Terra” é o mais recente trabalho do Grial, lançado no ano passado, rendeu o prêmio de melhor criadora-intérprete da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) para Maria Paula. A associação todos os anos escolhe os destaques nacionais das artes.
A apresentação será às 20h. A entrada é gratuita. O local comporta até 100 pessoas na plateia. Não é necessário pegar ingressos antecipadamente. A entrada será por ordem de chegada. Já foram apresentados na Casa Galeria Galpão “Piranha”, de Wagner Schwartz (SP), e “Ouriço”, de Leonardo França, do coletivo Dimenti (BA). Os espetáculos foram selecionados mediante edital. A assessora em dança da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult – PE) Adriana Gheres destaca que “os espetáculos são virtuosos, um virtuosismo da contenção estética”. De acordo com Adriana, os solos de dança também têm em comum “uma radicalidade política, são trabalhos problematizadores da visão pós-colonial por diferentes caminhos, que questionam a complexidade do mundo contemporâneo”.
TERRA – Em cena, a bailarina e coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo exibe um corpo dançante de todos os folguedos da tradição já experenciados pelo Grupo Grial, criado em 1997, a convite do escritor Ariano Suassuna, que desejava retomar a pesquisa sobre a linguagem da dança Armorial. Com 17 anos de existência, o Grupo Grial construiu uma trajetória com resultado artístico ímpar no país, dedicando-se à elaboração de uma linguagem onde o cerne da sua pesquisa e criação é a comunhão entre o conhecimento dos brincantes da tradição popular e o conhecimento erudito da criação contemporânea.