Mepe celebra o Dia dos Povos Indígenas com debate focado na produção das mulheres artistas
Encontro "A Mulher Indígena, a Arte e o Museu – Retomadas, Olhares e Saberes" é gratuito e acontece nesta quarta-feira (16), às 14h
Postado em: Espaços culturais
Na semana em que se celebra o Dia Nacional dos Povos Indígenas, o Museu do Estado de Pernambuco promove um importante debate sobre o protagonismo feminino na arte e no pensamento crítico indígena. O encontro “A Mulher Indígena, a Arte e o Museu – Retomadas, Olhares e Saberes” acontece nesta quarta-feira (16), a partir das 14h, no auditório do Mepe, reunindo Elisa Pankararu, professora e antropóloga; Juliana Xukuru, artista visual e performer; e Lara Erendira Andrade, antropóloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade (NEPE), da UFPE, órgão parceiro da ação.
A conversa é um convite a olhar para as mulheres indígenas no campo das artes, seja nos museus, no espaço virtual e na academia. Essa produção sempre existiu, mas historicamente foi invisibilizada. “Pensar essa presença hoje, na contemporaneidade, é trazer um histórico de que sempre estivemos aqui. No entanto, há um rompimento dessa presença no sentido de dar visibilidade, de dizer que ela existe, e esse rompimento se dá com o viés do racismo que a colonização traz”, explica a pesquisadora Elisa Pankararu
Ela ainda ressalta que essa invisibilização tem outro elemento além do racismo, que é o machismo. “Mas no universo sagrado, no universo da tradição indígena, as mulheres têm os seus papéis definidos, a sua produção definida, seja em que campo for, do canto, da dança, da produção manual. A presença feminina é existente desde sempre e para sempre”, pontua Elisa.
O momento de retomada dessa produção tão múltipla, ancestral e de imenso valor estético e histórico há de ser celebrado. Iniciativas como essa do Mepe, um museu de tradição e que nunca deixou de se atualizar dos debates e das questões do nosso tempo, são importantes para a ampliação do debate e do conhecimento das mulheres indígenas artistas para o grande público.
“Esse é o momento para todos termos um olhar com mais cuidado e profundidade para as expressões artísticas e os saberes das mulheres indígenas e refletir como os museus podem e devem abrir espaço para essas vozes, essas memórias, essas histórias. A atividade é gratuita, então convido a todos que venham participar neste dia 16 de abril”, finaliza o gestor do Mepe, Rinaldo Carvalho.
