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Jam da Silva: “Véu do dia é refinado nas suas diversas sonoridades e composições”

Tati Azevedo

O convidado desta semana do Eu Indico é o instrumentista e compositor Jam da Silva. O percussionista recifense é um verdadeiro artesão sonoro de contemporaneidades, trazendo em sua música traços absorvidos de sua relação com a musicalidade ancestral dos tambores e com o que ouve e capta pelo mundo afora. Já trabalhou com nomes brasileiros e internacionais, como Massilia Sound System, Camille, Toumani Diabaté, Paulo Flores, as bandas F.UR.T.O. e Orquestra Santa Massa. Lançou, no fim do ano passado, seu segundo álbum solo, Nord, que apresentou, recentemente, no RecBeat 2015, em pleno carnaval recifense.

Ao Cultura.PE e aos internautas ele indica o disco Véu do dia, do grupo Sagaranna. O disco foi lançado em 2014 e traz, com força e singeleza, a musicalidade e a poesia da Zona da Mata. O disco contou incentivo do Governo de Pernambuco, através do Funcultura, e teve produção de Nilton Jr.

Divulgação

Um dos discos que recebi esse ano e que me chamou atenção foi o álbum Véu do dia, da banda Sagaranna.

Muito bom quando ouvimos uma banda que realmente soa um coletivo em sintonia em sua troca criativa, com todos os elementos convivendo com naturalidade e em plena harmonia. Bem produzido, refinado nas suas diversas sonoridades e composições, o som do Sagaranna tem uma liberdade artística que caminha entre uma forte base rítmica e influências poéticas e musicais dos côcos, do cavalo-marinho, do samba, dos toques indígenas e africanos, todos esses ritmos dialogando com as boas melodias e belíssimas vozes dos cantores, traçando, assim, bons diálogos universais. Sons mântricos ancestrais, que passam um discreto mistério e nos convidam a dançar.

A atmosfera rural se aproxima um pouco do estado de espírito do universo do mento jamaicano, não pela construção musical em si, mas pelo ambiente e a energia envolvente. Esse passeio pela Zona da Mata, aliado à sonoridade contemporânea, além das conexões rurais comuns de cada lugar, se conectam levemente com as produções do jamaicano Stanley Beckford.

‘… se és puro cocar e lança, debaixo do véu do dia… ‘. A voz do Thiago Martins flutua com seu timbre diferenciado, sobre o chão da instigada ciranda Gira. Bom pra reorganizar nossos afetos e pensamentos, afinal , ‘se o futuro é mau destino, o passado é traço fino do presente mais antigo’”.

Conheça o disco Véu da dia, da banda Sagaranna:

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