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Aquarelas de Carybé serão expostas na Caixa Cultural

A mostra "Cores do Sagrado" retrata tradições do candomblé e contribui com a preservação dos valores culturais trazidos da África

A mostra reúne 50 telas de traço leve, colorido e minucioso, que tratam as tradições do culto aos deuses africanos no candomblé da Bahia

Exposição reúne 50 telas de traço leve, colorido e minucioso, que tratam as tradições do culto aos deuses africanos no candomblé da Bahia

A Caixa Cultural Recife sedia, do dia 10/6 a 26/7, a mostra As Cores do Sagrado, que reúne obras do renomado artista plástico argentino Carybé, conhecido por adotar a Bahia como principal fonte de inspiração da sua arte. Com curadoria de Solange Bernabó, filha de Carybé, a exposição busca privilegiar a sintonia entre os momentos do artista, além da sua técnica privilegiada.

As 50 aquarelas, que integram As Cores do Sagrado, fazem parte de um universo de mais de 120 pinturas produzidas com a mesma temática, nas quais Carybé contribui de forma ímpar para a preservação dos valores culturais trazidos da África na diáspora. As imagens foram produzidas ao longo de 40 anos de pesquisas, entre 1950 e 1980, e são registros de vivências pessoais do artista nos terreiros que frequentava. As casas estão entre as mais tradicionais da religiosidade de matriz africana, na tradição nagô, jeje e angola.

Uma vez que não é permitido filmar ou fotografar cerimônias do candomblé, a memória fotográfica de Carybé foi o seu principal recurso para retratar com exatidão e riqueza de detalhes as práticas, desde os ritos de iniciação, passando pelas festas e incorporação dos orixás, até os rituais fúnebres, em uma sequência didática dos cultos envolvidos. “Essa mostra não retrata o lado místico, fruto da imaginação de Carybé. Antes disso, é uma representação da realidade, a partir da observação do que, de fato, acontecia nos terreiros. Ele retratava com respeito e beleza as práticas da religião”, explica Solange.

As 50 obras selecionadas foram reunidas originalmente no livro Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, lançado em 1980. Composta por 128 aquarelas de Carybé, com introdução do escritor Jorge Amado e textos antropológicos do fotógrafo e etnólogo Pierre Verger e do historiador Waldeloir Rego, a publicação representa uma recriação da participação do elemento negro na cultura baiana ao passo que preserva a memória histórica do Brasil, por ter sido a Bahia a primeira porta de entrada da miscigenação no País. Esgotado desde a última edição, atualmente o livro é encontrado apenas nas mãos de colecionadores.

Curadoria
Solange Bernabó atua na área cultural desde 1983 e, desde 1993, é proprietária da Galeria Oxum Casa de Arte, com sedes na Ladeira da Barra e no Pelourinho. Participou da Fundação Pierre Verger desde a sua instituição. Foi secretária geral, de 1996 a 2000, e hoje é membro do Conselho Curador. Atualmente, é secretária do Instituto Carybé e membro do Conselho Curador da Fundação Casa de Jorge Amado. Faz curadoria e organiza exposições de Carybé e outros artistas. Prestou Assessoria Geral na concepção da comemoração e das exposições referentes ao centenário de Pierre Verger. Foi a Coordenadora Geral da exposição Carybé, realizada em 2009, no Museu de Arte Moderna da Bahia e curadora da exposição Carybé, realizada em 2010, na Embaixada Brasileira em Buenos Aires, na Argentina.

Serviço
Exposição As Cores do Sagrado – Carybé
Quando: de 10/6 a 26/7. Visitação: terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, das 10h às 20h, e domingos, das 10h às 17h
Onde: Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Praça do Marco Zero – Recife Antigo
Acesso gratuito

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