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Johnny Hooker e um carpe diem coletivo no Palco Pop

Cantor encerra com chave de ouro o 25º FIG cantando sucessos de seu disco e levando público à loucura

Costa Neto/Secult-PE

por Leonardo Vila Nova

Se há alguém que, pode-se dizer sem titubear, está na crista da onda, esse alguém se chama Johnny Hooker. O mais novo furacão da música brasileira chegou neste Festival de Inverno de Garanhuns bafejado pela magia do sucesso estrondoso que vem colhendo com o seu disco Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito! O Palco Pop estava em polvorosa, em sua última noite, neste sábado (25), para receber o jovem – que, entre outras, foi agraciado como Melhor Cantor de Música Popular, no 26º Prêmio da Música Brasileira. Não tinha pra onde: a noite era toda dele!

Minutos antes de entrar no palco, Johnny dava os últimos retoques no figurino, e, do camarim, podia ouvir os gritos do público, chamando seu nome. O sucesso superlativo que se intensificou de forma absurda nos últimos dois meses tanto assusta quanto dá orgulho. “É o fruto de um trabalho pelo qual lutei durante muitos anos e significa muito pra mim. Eu acho que estou no lugar onde eu mereço estar!”, confessou. Era chegada a hora de assumir a persona artística e se jogar no palco, onde tudo é possível.

Costa Neto/Secult-PE

A música que dá título ao disco é quem abre o show. E no primeiro insinuar de sua aparição, os berros e histeria são ensurdecedores. O público se rasga, se descabela e se desespera. É impressionante o fascínio que Johny excerce sobre sua plateia. Em palco, a sensualidade do cantor aflora, como se seduzisse as pessoas full time. E é bem assim que funciona. “Vocês pensam que eu tô aqui cantando. Eu tô beijando vocês na boca, o tempo todo”, diz ele, em determinado momento do show. A resposta, claro, são os gritos do público, que, fecha os olhos, canta TODAS as músicas, estica os braços em direção ao palco, tentando pegá-lo, tocá-lo, de alguma forma que seja, nem que seja comendo-o com os olhos.

Essa catarse que acontece durante o show de Johnny se deve um tanto à persona que ele encarna em suas canções e em cima do palco, e que gera uma identificação instantânea do público. Cada pessoa se reconhece ali. No show de Johnny, é como se estivéssemos em um cabaré, em um inferninho desses de hoje, com paredes pichadas e cheiro de suor, cigarro e sexo exalando por todos os lados. Esse lugar onde todos gostam de estar pra exorcizar as dores de um “amor marginal” e se jogar em outra aventura, sem medo. Essa figura altiva, cheia de libido, e que dá a volta por cima, é Johnny Hooker, diva e símbolo inconteste desse carpe diem coletivo. “Eu estou aqui desde as 16h, esperando o show dele. Não comi ainda, não fiz nada hoje, só esperando Johnny! E eu curto muito o som dele, porque as músicas dele falam da minha vida!”, disse Camila Maria, 18 anos, de Garanhuns, que estava enlouquecida, na frente do palco.

Costa Neto/Secult-PE

Na radiola que toca no inferninho, surgem bregas, salsas, mas com aquela boa e farta pitada de rebeldia rock. Por entre as canções do disco, como Alma sebosa, Boyzinho, Boato, ele manda uma de Jorge Mautner, Vampiro. Sentado, com uma taça de vinho em mãos, apenas acompanhado pelo violão, Johnny canta que “bebe o sangue do meninos e meninas que vê”. Vê-se, então, na plateia, muitos ofertando a nuca, prontos para serem degustados pelo cantor. Ao (quase) encerrar, Johnny deixa o palco já tendo de retornar, a pedidos da plateia. Ainda era pouco pra eles. Ao som de Volta, canção que está na trilha do filme Tatuagem, Johnny atende ao público. Não cosneguiria sair dali sem esses bis.

E a gente se pega, se borra e se morde”, eis o chamamento de Desbunde geral, frevo que encerra o show, onde Johnny Hooker prova ser, de fato, desses artistas que chegou pra causar um sacolejo de liberdade e libertinagem no palco e no público, fazê-lo pegar fogo!

Johnny, sem dúvida, lacrou!

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