“Para um amor no Recife” une literatura e artes visuais
Cleyton Cabral, Paulo André Viana e Ricardo Maciel se dedicaram, desde o começo do ano, na construção do experimento híbrido “Para um amor no Recife – Para caber numa narrativa”, projeto incentivado pelo edital de fruição da Lei Aldir Blanc, da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco
Postado em: Lei Aldir Blanc
Desde meados de março de 2020, os escritores pernambucanos Cleyton Cabral e Paulo André Viana partilham entre si seus processos criativos em meio ao caos. Um diálogo sobre o mundo, as artes e as relações durante a pandemia. Inclusive, os dois foram premiados neste período de isolamento com algumas de suas criações. Cleyton no edital Arte como Respiro | Literatura, do Itaú Cultural; Paulo André na publicação “Contos da Quarentena”, pela Kotter Editorial.
Cleyton começou um diário do isolamento, para registrar suas impressões sobre a situação de confinamento. Ele tem feito uma combinação de diário e construção literária com dramaturgias minimalistas, fragmentos de contos, poemas e crônicas. Cleyton também criou a experiência lítero-afetiva Fibra Ótica nos primeiros meses da pandemia. Já Paulo André, compartilhou suas vivências em lives sobre literatura, oralidade e meio ambiente, participou de vários projetos como produtor cultural e contador de histórias, além de ministrar oficinas de literatura e contação de histórias. Na escrita, vem mergulhando na poesia, crônica, conto e dramaturgia.
Neste projeto incentivado no edital de fruição da Lei Aldir Blanc Pernambuco, os escritores deram continuidade ao que vinham desenvolvendo. Ricardo Maciel, que é filmaker, foi o artista convidado para integrar a equipe. Ele é responsável pela captação de imagens, edição e trilha sonora.
Os materiais coletados em vídeo, fotografias, narrativas pessoais e textos ficcionais foram disparadores para pensar a cidade, o meio ambiente, a solidão, o medo, a morte e as novas formas de se relacionar com a pandemia de Covi-19.
Nos dias 08 e 09/04, o público poderá assistir de casa, gratuitamente, ao experimento híbrido que une as linguagens literatura, fotografia, vídeo e performance. A exibição será na plataforma Zoom.
“O Recife é um personagem importante no experimento. Não só no nome que tiramos do título da música de Paulinho da Viola. O Recife também é paisagem das narrativas criadas. No sábado de Carnaval, saímos para registrar como a cidade se comportava no dia que estaria aglomerado por conta do Galo da Madrugada. Fizemos o percurso a pé, de máscaras. Essa saída, por exemplo, virou narrativa e está no vídeo”, defende Cleyton Cabral.
“As narrativas foram tecidas pelas nossas inquietações como artistas, tivemos inúmeros diálogos sobre a vida e a arte. As palavras, as imagens e os sons se misturaram para além dos nossos lares, num experimento híbrido, um minúsculo recorte de vivências ficcionais e reais nesses tempos pandêmicos”, completa Paulo André.
“Eu me vi em muitas das narrativas criadas por Cleyton e Paulo. As sensações de angústia do começo da pandemia, as novas configurações desse “novo normal”, tudo foi revivido de alguma forma e, transpor esses escritos para o vídeo, foi desafiador e ao mesmo tempo fluído, as imagens foram se formando e ganhando vida”, afirma Ricardo Maciel.
SOBRE OS ARTISTAS
Cleyton Cabral é escritor, dramaturgo, ator, produtor cultural, facilitador em oficinas de escrita criativa. Autor dos livros “Tempo nublado no céu da boca”, “O menino da gaiola” e “Planta baixa” e das coletâneas “Mosaico” e “Escrever ficção não é bicho-papão”. Em 2013, Cleyton estudou criatividade em Buenos Aires (AR). Entre outros prêmios, conquistou três no Prêmio Ariano Suassuna de Dramaturgia (2016, 2018 e 2019). Sua última dramaturgia levada aos palcos foi “O médico é monstro?” (2019), criada para os Doutores da Alegria Recife. Como ator, já trabalhou com Vital Santos, Moncho Rodriguez, Kleber Lourenço, João Denys, Marcondes Lima, Hilda Torres, Luciana Pontual, Cícero Belmar e a Cênicas Cia. de Repertório. Em 2017, produziu, criou a dramaturgia e atuou no seu primeiro monólogo, “Solo de Guerra”. www.cleytoncabral.com
Paulo André Viana é pedagogo, ator, encenador, produtor cultural, escritor, mediador de leitura e contador de histórias. Pela editora Imeph publicou o livro infantil “A viagem de Marino” e participou do projeto “Nas ondas da Leitura” como contador de histórias, oficineiro e produtor cultural em Pernambuco de 2014 a 2018. É criador do bloco carnavalesco “Os contadores de histórias na folia”. Ministrou oficinas de “Literatura Infanto-Juvenil Brasileira” e contação de histórias no Sesc PE. Recebeu homenagem como autor no projeto “Um escritor na minha escola” – Sesc Garanhuns, São Lourenço da Mata e Santo Amaro. Participou de cursos sobre dramaturgia, escrita criativa, contação de histórias, direção e atuação teatral com Henrique Fontes(RN), Adélia Nicolete (SP), Fabrício Corsaletti (SP), Bruno Ribeiro(PB), Tapetes Contadores de Histórias(SP), Clows de Shakespeare (RN), Roberto Lúcio (PE). Integrou como ator nos espetáculos: Assombros , Sistema 25, Assombrações do Recife Velho, performance literária “Ruas assombradas”.
Ricardo Maciel é formado em Comunicação Social/Publicidade, fotógrafo e videasta. Ganhou quatro prêmios no Festival do Minuto 2017: Melhor Vídeo, categoria Habitat; Melhor Vídeo, categoria Animação; Melhor Vídeo, Tema Livre; Melhor Vídeo, categoria Receita Em Um Minuto. Dirige e edita as produções audiovisuais do Teatro de Fronteira (TV Fronteira, Fronteira Entrevista e Fronteira da Dramaturgia). No projeto Criacontos, é filmaker, diretor, animador e criador da trilha sonora original.
Serviço
Para um amor no Recife – Para caber numa narrativa
Dias 8 e 9 de abril (quinta e sexta-feira), às 20h, on-line
Inscrições: bit.ly/paraumamor
