Baião, Frevo e Coco no Palco de Cultura Popular
Postado em: Cultura popular e artesanato | Festival de Inverno
Por: Roberto Moraes Filho
O Palco Cultura Popular recebeu na terça-feira (22), diversas representações pernambucanas como grupos de reisado, cavalo-marinho e pastoril, além do tradicional Bloco Carnavalesco Flor da Lira de Olinda.
Um dos destaques da tarde foi a Tribo Indígena de Tapirapé, que estava composta por 52 integrantes e contagiou o público com danças embaladas pelos sons indígenas de guerra (toque de entrada), baião e perré (toque de saída). O colorido das fantasias e a coreografia elaborada especialmente para compor o ritual desta apresentação, segundo informou a presidenta da agremiação, Tânia de Lima Costa, marcou a segunda apresentação da tribo no Festival de Inverno de Garanhuns.
Para a estudante Renata Vieira dos Santos, que acompanhava a apresentação tentando seguir alguns dos passos coreográficos, a dança requer muita prática para conseguir entrar no ritmo. “Não consegui fazer exatamente como eles, mas gostei de aprender alguns passos que vi hoje”, comentou.
Outro destaque do polo foi o Bloco Carnavalesco Flor da Lira de Olinda. Sob regência do Maestro Altamir Pereira, a agremiação entoou junto ao público antigos sucessos dos carnavais pernambucanos, como os frevos “Sabe lá o que é isso”, “Revendo Olinda” e “Último Regresso”, contando com a coreografia de 40 bailarinos.
Homenagens
Durante a apresentação, o grupo aproveitou para homenagear o locutor de eventos que apresenta o Palco Cultura Popular, Lima Neto, o Secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelo Canuto, e o criador do Festival de Inverno de Garanhuns, Ivo Tinô do Amaral, ex-prefeito da cidade.
- Ivo Amaral recebe homenagem
Muito emocionado, ao lado da esposa Edjenalva, Ivo Amaral agradeceu a Seronildo Guerra, presidente da agremiação, e ao público presente, falando do sentido em receber as homenagens durante o FIG 2014. “As reverências que estou recebendo nestes dias não são apenas para mim. São para a população de Garanhuns, para a qual dediquei muitos anos de trabalho visando o desenvolvimento urbanístico e fortalecimento da cultura local”, ressaltou.
O coco de Dona Glorinha
Encerrando a programação, o Palco Cultura Popular recebeu Dona Glorinha do Coco. Prestes a completar 80 anos de idade no próximo dia 03 de setembro, Dona Glorinha diz que herdou da mãe, Maria Belém, o fascínio pelo coco. “Desde os 7 anos de idade que aprendi com ela. Faço do coco a base para continuar vivendo, criando e dançando”.
Para a apresentação no FIG, do qual é convidada a participar pela 2ª vez, ela comentou: “Estou muito feliz. Espero vir novamente no ano que vem, porque já estou preparando o meu próximo CD”. Após subir ao palco, saudou o público tirando o chapéu e disse: “Eu não gosto de tirar meu chapéu, mas para essa platéia eu tiro!”, sendo bastante aplaudida. Em seguida começou a cantar acompanhada da banda e do parceiro musical Mestre Ademilson, integrante do Coco do Amaro Branco, canções como “Minha mãe quando me dava”, “Chora o noivo e chora a noiva”, “Queima Carvão” e “Despedida”, empolgaram o público para dançar e com ela viver a sintonia da sabedoria popular, presente na maioria de suas letras.
Na platéia, o universitário Jairo Almeida, que veio de Olinda especialmente para aproveitar o festival, disse que dançar e ouvir as músicas de Dona Glorinha do Coco é também uma questão de aprendizagem. “Ela e vários mestres coquistas transmitem conhecimentos que muitas sabemos, mas não damos importância. Quando esses conhecimentos são cantados, fazem com que voltemos a valorizar mais sobre as nossas próprias raízes”, comentou após a apresentação.



