Dezenas de kits com os livros vencedores no 7° Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura serão distribuídos na Biblioteca Pública do Estado de Pernambuco nesta quarta-feira (24) às 10h. Além do secretário Estadual de Cultura, Oscar Barreto, participam do evento representantes das bibliotecas municipais que integram Sistema de Bibliotecas Públicas do Estado, representantes da Rede de Bibliotecas pela Paz (COMPAZ) e da Releitura – Bibliotecas comunitárias em Rede de Pernambuco, e uma biblioteca comunitária da comunidade Caranguejo de Tabaiares.

“O 7° Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), com o objetivo de fomentar a produção de obras de literatura em todas as macrorregiões de Pernambuco, para incentivar e estimular a criação literária e editorial do Estado”, ressalta Oscar Barreto.

Segundo Roberto Azoubel, coordenador de Literatura da Secult-PE, a distribuição dos livros para as bibliotecas públicas do Estado atende ao Plano Estadual para o Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas de Pernambuco (PELLLB). “O Eixo 1, sobre a democratização do acesso ao livro, à leitura e às bibliotecas, tem um objetivo estratégico (1.2) que trata da “Bibliodiversidade e atualização do acervo das bibliotecas”, destaca Roberto Azoubel. Um dos itens deste objetivo estratégico é “Atualizar continuamente o acervo das bibliotecas públicas, escolares e comunitárias, com garantia da bibliodiversidade”.

PREMIAÇÃO - As inscrições para o 7° Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura são regionalizadas, para garantir o acesso e a publicação de obras produzidas por todo o Estado. Além da impressão e distribuição dos seus livros pela Cepe Editora, os autores Renata Santana, Helder Herik e Rafael Augusto Costa de Oliveira também receberam premiações em dinheiro que totalizam R$ 72 mil.

Promovido desde 2012 pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE/Fundarpe e Cepe Editora, o outrora Prêmio Pernambuco de Literatura recebeu nova denominação em homenagem ao escritor e dramaturgo pernambucano Hermilo Borba Filho no ano de seu centenário.

O Prêmio foi instituído via Decreto 45.127, assinado pelo governador do Estado de Pernambuco na data 17/10/2017, e prevê a participação dos autores vencedores em atividades de difusão, fruição e formação desenvolvidas pela Secult/Fundarpe, o que incentiva a formação, qualificação e ampliação da base de leitores das obras publicadas.

As inscrições são feitas sob pseudônimos e os jurados seguem critérios determinados de julgamento das obras: originalidade/singularidade (proposta de vanguarda ou peculiar dentro da tradição literária); qualidade técnica (demonstração de domínio das técnicas da narrativa ou do poema) e domínio da linguagem (norma padrão da língua ou adequação da linguagem às variedades pertinentes na construção das vozes das personagens ou do eu lírico/épico).

Sinopses das obras:

“Dylan Pajeú”, de Rafael Setestrelo
Montado em riffs e martelos, o poemário entoa o sertão ocre e verde, seco e líquido, prosaico e poético. O bardo toma a rodovia. Os poemas brotam, extraídos dos ossos e das carnes do rio ao som de violas e guitarras, entre pelejas. Em matéria de encontros, o bardo registra viandante cavandante as serras, as gentes, as vilas e cidades, os rios e rodovias e serpentes, porque, neste sertão, todas as coisas também se encontram e se chamam Pajeú.

“A mulher do tempo”, de Renata Santana
Este é um livro sobre o tempo dos sentidos narrado em quatro unidades de experiências que se complementam. Em Mercúrio Retrógrado uma voz poética acessa o tempo presente pela impressão do passado e toca em questões contemporâneas, cotidiano, linguagem, noticiário, as dobras da paisagem urbana. Em Temporã o amor e o desejo são rupturas do presente e sustos do passado que irrompem fora de um fluxo. Em Ex-votos há a sala dos objetos recuperados e roídos pela memória. E Futurista retrô festeja uma seta ao futuro que atinge o passado, os enganos do século 21 e a experiência hipermediada pelas novas tecnologias.

“Auto de javalis e unguentos”, de Helder Herik
“Auto de javalis e unguentos” é um poema dramático. Zózimo é o patriarca supremo, aquele que tudo vê, sente e decide. É o juiz dos acontecidos e dos aconteceres. Zózimo é o anti-herói que tanto pode existir na literatura ou na casa ao lado. Um personagem que por fora, no seu raso, até passaria por um cidadão de bem (seja lá o que isso queira dizer hoje), mas que no fundo oculta/expõe o ódio das mulheres, das minorias e dos desvalidos. Um personagem, o leitor bem verá, que é um complexo do nosso tempo, do nosso Brasil. 

Serviço:
Distribuição das obras vencedoras do 7° Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura
Quando: 24  de junho de 2022 (quarta-feira), às 10h
Onde: Biblioteca Pública Estadual (Rua João Líra, s/n – Santo Amaro)