Caboclinho, maracatu e blocos carnavalescos fazem festa da cultura popular
Postado em: Cultura popular e artesanato | Festival de Inverno
Por: Roberto Moraes Filho
Sob o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2008, o Caboclinho 7 Flexas do Recife, que em 2015 celebra os seus 43 anos de fundação, demonstrou no início da tarde de quarta-feira (22), para a plateia e o entorno do Palco de Cultura Popular, toda a beleza das fantasias idealizadas pelo seu lendário fundador e mestre Zé Alfaiate. O grupo do bairro de Água Fria, que durante o carnaval deste ano na capital pernambucana homenageou países como França, Portugal, Paraguai e Uruguai, atribuiu a manutenção de suas criações o colorido e inovação de forma que o ritmo permanecesse o mesmo de sua tradição.
Ao som produzido por pífanos, caracaxás e flautins, a agremiação comandada por Paulinho 7 Flexas, filho de Zé Alfaiate, agregou com os passos dos seus 50 componentes presentes para esta apresentação no 25º Festival de Inverno de Garanhuns, a euforia das loas interagindo com o público. “Estamos muito felizes por mais esta participação no festival, trazendo tudo o que produzimos para o ano 2015, com a boa energia presente em todos que fazem parte desta história”, comentou Paulinho.
Para Maria de Fátima Pereira, auxiliar de serviços gerais que acompanhava a apresentação na plateia do polo, o ritmo do caboclinho também empolga pela execução das coreografias. “É um espetáculo popular muito bonito. Já tinha visto uma apresentação do mesmo grupo há alguns anos e fico entusiasmada especialmente pela dança”, disse.
Outro destaque da tarde foi a apresentação do Maracatu Baque Mulher, liderado pela mestra Joana Cavalcante, que além do grupo composto apenas por mulheres, também comanda a Nação do Maracatu Encanto do Pina e a Mazuca da Quixaba. Para a 2ª apresentação do Baque Mulher no festival, o grupo contou com uma preparação especial envolvendo composições dedicadas a orixás, orquestradas por uma forte percussão de tambores.
“Neste ano, trouxemos 38 componentes do maracatu. Tudo o que preparamos para a tarde de hoje foi de forma muito especial, porque sabemos que o polo é uma importante vitrine do nosso trabalho. Não deu para trazer todas as componentes, mas tenho certeza que o público aprovou a apresentação, especialmente pelo conceito que levamos contra a discriminação das mulheres em suas diversas atuações”, explicou a mestra Joana, ao final da apresentação do grupo do Maracatu Baque Mulher.
Contando com representantes do coco pernambucano, o polo recebeu a apresentação do grupo Coco dos Pretos, formado em 2006 por iniciativa da Associação Cambinda Estrela, atuante no fomento da cultura popular do bairro de Chão de Estrelas, no Recife. Trazendo o repertório do CD ‘Canta Branco e Canta Preto’, trabalho gravado de forma independente pelo grupo em 2011, o Coco dos Pretos proporcionou momentos de grande integração com o público presente.
“Nosso trabalho musical já possui outro projeto em andamento, que provavelmente será lançado em 2016. Por enquanto, vamos fomentando em nossas apresentações a cultura do coco, fazendo referências também a obras de mestres como Galo Preto e Selma do Coco”, explicou Adriano Santos, vocalista do grupo.
Entre as apresentações de agremiações carnavalescas de Pernambuco, outro destaque no polo foi a apresentação do Bloco Carnavalesco Lira da Noite, do Recife, trazendo antigos sucessos do frevo e marchinhas carnavalescas. O grupo promoveu um radiante cortejo pela Avenida Santo Antônio até sua chegada ao Palco de Cultura Popular, ao som de ‘Recife Manhã de Sol’, ‘Vassourinhas’, ‘Frevo da Saudade’ e muitas outras composições que deixaram a plateia no clima nostálgico dos carnavais.



