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Conexão espiritual e críticas sociais marcaram a programação da Sala Cênicas

Os espetáculos “A Mulher Monstro” e “Atman - Espetáculo de Dança Odissi” lotaram o polo no último sábado (22) para repensar o Brasil e conhecer outras culturas do mundo

Foto: Morgana Narjata/ Secult-PE

Quem curte teatro e dança vem encontrando bons motivos para marcar presença na Sala Cênicas, que fica no CPC do Sesc Garanhuns. Na noite do último sábado (22), por exemplo, o espaço contou com dois espetáculos lotados que movimentaram o local até as 23h, quando acabou a peça “A Mulher Monstro”, que foi a última atração do dia na linguagem. Antes, o público se rendeu à cultura indiana durante a atração “Atman – Espetáculo de Dança Odissi”.

A palavra “Atman” vem do sânscrito e significa alma, em referência a uma essência divina, cuja conexão com o plano terreno é estabelecida pelo bailarino Francisco Príncipe através da odissi, que é uma dança tradicional da cultura hindu. No espetáculo, a coreografia oriental é usada como uma forma de atrair prosperidade através de quatro atos, introduzidos por saberes hindus, que associam a dança a uma espécie de transformação espiritual. Com essa proposta, o artista buscou transcender em comunhão com a plateia, que se manteve encantada com o caráter ritualístico da dança.

Enquanto “Atman” promoveu uma inserção em outras culturas, a peça “A Mulher Monstro” trouxe o público de volta à realidade brasileira, tecendo críticas à radicalização do conservadorismo de parte da população do País.

Com muita ironia e senso de humor, o ator potiguar José Neto Barbosa utiliza a arte drag para dar vida a uma senhora que, cercada de privilégios, rejeita o contexto de pessoas diferentes dela. Inspirado no conto “Creme de Alface”, de Caio Fernando de Abreu, e baseado em declarações polêmicas de figuras públicas nas redes sociais, o texto aborda preconceitos e intolerâncias que vão transformando a personagem em uma figura enjaulada inadestrada, em clara referência aos espetáculos da Mulher Monga.

Apesar da montagem estar em circulação há 7 anos, o texto e a performance de José Neto permanecem quentes, já que manteve o público atento e em constante interação com a personagem, arrancando muitas risadas dos espectadores. Em parte, isso se deve ao fato de que vários fatos recentes foram incorporadas a encenação, que já foi premiada em diversos festivais de teatro Brasil afora. Reflexo desse sucesso é que além de lotar a sessão, o espetáculo contou com fila de espera. Os sortudos que entraram não se arrependeram, tanto é que ao final, aplaudiram bastante a montagem.

Foto: Morgana Narjara/Secult-PE

Foto: Morgana Narjara/Secult-PE

Com muita ironia e senso de humor, o ator potiguar José Neto Barbosa utiliza a arte drag para tecer críticas sociais

TEATRO REINALDO DE OLIVEIRA -  Já no Teatro Reinaldo de Oliveira, o espetáculo recifense “Narrativas encontradas numa garrafa pet na beira da maré” também foi sucesso de público na noite do sábado. Baseada na vivência do dramaturgo Anderson Leite na comunidade ribeirinha da Ponte do Pina, a peça discute diversos temas sociais que se cruzam em um cenário desestruturado, como a homofobia, o machismo e o racismo. Assim, reconstrói o espaço urbano do Recife a partir das poeticidades e mazelas cotidianas que permeiam a favela.

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