“O dia em que Sam Morreu” será encenado no Teatro Luiz Mendonça
Peça ficará em cartaz entre os dias 22, 23 e 24/5, no Parque Dona Lindu
Postado em: Artes Cênicas
Falta de ética, abuso de poder, crise moral. Estes e outros impasses contemporâneos da sociedade movem o enredo da peça O dia em que Sam Morreu, espetáculo do Armazém Companhia de Teatro, que será apresentado na capital pernambucana, nos próximos dias 22, 23/5, às 20h, e 24/5, às 19h, no Teatro Luiz Mendonça. A montagem, que já foi premiada em vários festivais de teatros pelo Brasil a fora, conta com texto inédito de Maurício Arruda Mendonça e Paulo de Moraes, que também assina a direção da produção.
A trama flagra os acontecimentos que mudam a rotina do hospital onde o desgovernado cirurgião-chefe Benjamin (Otto Jr.) aplica métodos nada ortodoxos para subir na carreira, incluindo altas doses de fármacos para aplicar filtro próprio em sua realidade. Quem invade o lugar é o jovem Samuel, armado com uma pistola e muito idealismo, acreditando que assim pode ajustar os ponteiros do sistema corroído por todas as partes.
O dia em que Sam Morreu marca a estreia do ator e quadrinista Jopa Moraes, de 18 anos, filho do diretor e da atriz Patrícia Selonk. Na pele de Samuel, Jopa encara o desafio de encarnar o jovem em fúria que é definidor dos rumos da trama. “Era evidente que o Samuel só poderia ser vivido por alguém dessa geração do Jopa, uma geração que está tentando mudar o mundo com seus questionamentos e protestos,. Afinal, a indignação está beirando o nível do insuportável”, diz Paulo de Moraes.
“A estrutura da peça propõe uma sucessão de reinícios, com diferentes personagens adquirindo protagonismo a cada vez que a história é contada. O personagem central é esse “dia” onde cada um deles tem que se posicionar sobre o mundo e a época em que vivem. Como permanecer limpo num mundo onde tudo pode ser relativizado, ou quando a vida muda radicalmente num estalo?”, completa Moraes.
Patrícia Selonk é Samantha, uma juíza criminal cercada pela dúvida, tentando distinguir o que é correto no meio de uma situação traiçoeira; Ricardo Martins é Arthur, um talentoso cirurgião com uma moral bastante flexível; Lisa Eiras vive Sofia, uma garota de programa às voltas com o pai doente; e Marcos Martins é seu pai, Samir, um velho palhaço convivendo com o Mal de Alzheimer.
Além deles, o diretor musical Ricco Viana executa ao vivo a trilha original do espetáculo; que conta ainda com iluminação de Maneco Quinderé, figurinos de Rita Murtinho e cenários concebidos em parceria por Paulo de Moraes e Carla Berri.
“O Dia em que Sam Morreu dramatiza as escolhas éticas definidoras do destino de seis pessoas que se cruzam nos corredores de um hospital invadido por um jovem armado. São personagens que assumem efetivamente o poder sobre nós: médicos, juízes, artistas. Estamos falando de impasses contemporâneos da sociedade. E é nesse preciso sentido que o teatro é político, na medida em que ele provoca o debate e a divergência de ideias”, define Paulo de Moraes.
Os ingressos custam R$ 40 e R$ 20 (meia). Estão à venda no quiosque Ingresso Prime do RioMar.
Armazém Companhia de Teatro
A Companhia nasceu em Londrina (PR) e se instalou no Rio em 1998, fazendo espetáculos históricos, como Toda Nudez será Castigada, Inveja dos Anjos e Alice através do Espelho. Entre Mambembe, Shell, Cultura Inglesa, só para citar alguns, mais de 20 prêmios nacionais foram conquistados pelo Armazém Companhia de Teatro ao longo de sua trajetória. Sediado num galpão na Fundição Progresso, o Armazém ampliou seu território de linguagem com cenários surpreendentes em constante diálogo com a dramaturgia (na maior parte do tempo original) dando ênfase à arte do ator, na pesquisa do espaço cênico, na dramaturgia, na teatralidade pura e produziu espetáculos marcantes. Ancorando 27 anos de muito trabalho, o Projeto Memória surgiu como uma pequena contribuição da companhia à preservação da memória teatral do país; e que já lançou a versão em DVD de quatro espetáculos do Armazém (Da Arte de Subir em Telhados, Pessoas Invisíveis, Alice Através do Espelho, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar), além dos livros Para Ver com Olhos Livres, Espirais, Inveja dos Anjos e Antes da Coisa Toda Começar.
