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Pernambuco despede-se da atriz Vanda Phaelante

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Considerada uma das grandes damas do teatro pernambucano, Vanda tinha uma carreira profícua nos palcos, com mais de 30 peças no currículo, além de se dedicar ao mundo das letras

Múltipla, a atriz, escritora, jornalista e poetisa pernambucana Vanda Phaelante faleceu na noite do último sábado (25), aos 78 anos. Considerada uma das grandes damas do teatro pernambucano, ao lado de Diná de Oliveira (1907-1998) e Geninha da Rosa Borges (1922-2022), Vanda tinha uma carreira profícua nos palcos, com mais de 30 peças no currículo, além de se dedicar ao mundo das letras. Escrevia desde 1977, sendo autora de peças, romances, biografias e poemas. “Acorrentados”, lançado em 2019, foi seu último romance.

Na imprensa, dirigiu o Núcleo de Rádio e TV da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Vanda foi uma grande parceira, uma grande companheira, uma grande guerreira, atriz, mãe, avó, uma amiga, com quem tive a oportunidade de estar vários e inúmeros momentos. Foi uma baluarte do TAP, escritora e deixou um espaço sem possibilidade de substituição. Esse vazio na classe artística, na cultura pernambucana. Deixa um imenso rol de contribuições e prestação de serviço para o Estado de Pernambuco”, afirmou o secretário estadual de Cultura, Silvério Pessoa.

A presidente da Fundarpe, Renata Borba, ressalta que Vanda foi uma grande personalidade do mundo das artes cênicas do Estado. “Enquanto mulher artista, não só atuava, como também escrevia. Ela demonstrou que é possível romper com paradigmas impostos pela sociedade, estando sempre no front dos grandes palcos da arte e da vida”, disse a gestora.

No currículo de Vanda, destacam-se as atuações em peças como Yerma, A Ratoeira, Sábado, domingo e segunda, Mundo Submerso em Luz e Som, O Milagre de Annie Sullivan, O Peru e Inácia da Silva. Entre suas obras de poesia, está O Outro Lado do Espelho.

Vanda era casada com o ator e jornalista Renato Phaelante, com quem tinha dois filhos e quatro netos. O velório e a cremação do corpo da artista ocorreu neste último domingo (26), no cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Vários amigos de cena também mostram solidariedade pela passagem da atriz pernambucana. Vejamos abaixo alguns depoimentos:

“Vanda continua sendo muito importante pela sua presença forte e marcante na história do nosso teatro, sua arte preciosa abrilhantou o Teatro de Amadores de Pernambuco (TAP) e a todo o seu público. A escritora e romancista deixará saudades, mas representará sempre a força feminina no nosso teatro”, Naná Sodré – atriz e diretora.

“Para nós, que somos das artes cênicas, Vanda Phaelante é um exemplo de talento e muito amor pelo palco e respeito ao público. Tive a honra de conviver com ela no palco, por 17 anos, na Paixão de Cristo do Recife. Ela era uma das grandes damas do teatro pernambucano. E sua contribuição ultrapassou os palcos e nos deixou também peças e romances, engrandecendo ainda mais o seu fazer teatral”, Manoel Constantino – ator, jornalista e escritor.

“Vanda Phaelante é, sem dúvida, uma das maiores expoentes de atuação de sua geração. O seu ofício eterniza-se na transfiguração de  suas personagens para os artistas mais jovens”, Rudimar Constâncio – ator, diretor e gerente regional de Cultura do Sesc Pernambuco.

“Sempre discreta e serena Vanda Phaelante tinha uma força admirável, como mulher e atriz. Ela doava seu tempo/energia generosamente às personagens que interpretou. Nunca foi superficial, mas delicadamente intensa. Acolhedora, bem humorada e gentil. Vanda deixa saudade e gratidão por sua presença tão especial no Teatro Pernambucano”, Williams Sant’anna – historiador e artista de teatro e circo.

“Vanda, para mim, representa o amor pelo teatro e literatura. Convivi com ela durante 15 anos, na Paixão de Cristo de Pimentel e na Batalha dos Guararapes. Tínhamos sempre muita conversa e ríamos muito. Ela me ajudava muito em cena. Uma mulher que conquistou seu espaço no seu tempo e nunca abriu mão da família. Pelo contrário, era lindo ver a união de Vanda, Renato e Renata sempre juntos no teatro e com o teatro! Ela é um pedaço de nossa história que se vai, mas estará sempre pulsante em nossa memória e corações”, Paula de Renor – atriz e produtora cultural.

“Vanda Phaelente era um dos pilares de uma parte histórica do teatro pernambucano. Era uma atriz brilhante, de uma época em que as mulheres ainda precisavam se firmar e posicionar para trabalhar com teatro. Fez um belíssimo trabalho, além de ser uma pessoa muito singela, humilde e corajosa. Era uma mulher que sempre teve o pensamento sempre à frente do seu tempo”, Fátima Pontes – atriz e produtora cultural.

“Era uma mulher de um sorriso único e de um encanto em cena que nos tomava os olhos e a nossa emoção. No palco, ela se entregava a personagens diversas e contava ao público tantas histórias inesquecíveis. Sim, ela segue tornando também sua história inesquecível. Uma mulher que, no palco, fortalecia a tantas outras mulheres. Abriu portais para que outras chegassem em cena. Vanda Phaelante, presente!”, Hilda Torres – atriz, diretora e psicóloga.

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