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Curta “Preces Fora do Armário” estreia nesta terça-feira (27), no Canal Futura

Documentário pernambucano busca desmistificar o conflito entre religião e sexualidade a amplia o debate sobre o exercício da fé

Reprodução

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Bisbo Rodrigo Faddoul é um exemplo dos religiosos que acredita em uma fé mais inclusiva.

Os depoimentos de três pessoas religiosas ilustram os desafios de unir o cristianismo à diversidade sexual no filme “Preces Fora do Armário”, que será exibido hoje, às 18h45, no Canal Futura. Dirigido pelo pesquisador e diretor pernambucano Márcio Andrade, o curta-metragem foi financiado pela emissora e busca desmistificar a fé como veículo contrário ao bem-estar da população lgbt e ampliar o debate sobre tolerância religiosa e sexual.

“A diversidade estilística e temática que o documentário contemporâneo vem oferecendo me impulsionou em uma pesquisa de doutorado que se relaciona muito às narrativas de si. E, quando vi o chamado aberto para a produção pelo Futura, decidi experimentar um pouco o outro lado dessa pesquisa. Como seria representar imageticamente uma faceta da minha história, tão pautada por uma tensão entre religião em que fui criado e a descoberta da sexualidade?”, questiona o diretor, que construiu o roteiro baseado na sua experiência pessoal como evangélico.

Para reforçar o seu ponto de vista, Márcio conta com depoimentos de alguns representantes de religiões distintas que ressignificaram a fé. Do grupo carioca Diversidade Católica, Cristina Serra, por exemplo, acredita que o direito à espiritualidade é também uma conquista social. “A gente tem essa tradição de religião e sexualidade são incompatíveis: que uma é um domínio repressor; e a outra, libertário. Apesar de existir uma história que oferece sentido a essa ideia, acredito que ela pode e deve ser questionada, pois não se tratam de domínios estanques, mas construções que dão espaço tanto a disputas de poder como a ideias progressistas”, observa ela.

O Bispo Rodrigo Faddoul, da Comunhão Celta Cristã, e Brian Oliver, da igreja inclusiva ICM Betel Rio de Janeiro, também falam dos conflitos enfrentados no exercício da fé e a descoberta de outras linhas religiosas que não discriminam a homossexualidade de seus fiéis.  “Minha intenção não está em reforçar polarizações ou investir em posicionamentos extremistas, mas justamente habitar os conflitos que abrangem as motivações, tabus e dificuldades que envolvem esses exercícios”, explica Márcio, sobre os objetivos que nortearam a produção.

Realizado através da produtora Combo Multimídia, o documentário foi gravado em Pernambuco e no Rio de Janeiro com patrocínio do Canal Futura, a partir de uma seleção anual via chamada pública. O curta-metragem também fica disponível neste link.

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