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Após 25 anos, Mestre Ambrósio retorna aos palcos do Carnaval de Pernambuco

Um dos shows marcados será na segunda-feira (20), no Rec-Beat, produzido com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, e um dos primeiros festivais que o grupo se apresentou no início do Manguebeat

José de Holanda/Divulgação

José de Holanda/Divulgação

O Mestre Ambrósio é formado por Eder “O” Rocha (percussão),  Helder Vasconcelos (fole de oito baixos, percussão e coro), Mazinho (baixo e coro), Sérgio Cassiano (vocal e percussão) e Siba Veloso (vocal, guitarra e rabeca)

Depois de quase 25 anos sem se apresentar no Carnaval de Pernambuco, o Mestre Ambrósio se prepara para uma maratona de shows durante a folia de Momo na sua terra natal. “Falar de Carnaval e cultura popular é quase falar em sinônimos. Quem constitui o Carnaval de Pernambuco é a cultura popular. Então nossa relação com essa grande festa é direta”, reforça Helder Vasconcelos, um dos integrantes do grupo que bebe direto de manifestações culturais como o cavalo marinho e o maracatu de baque solto. 

No domingo (19), por exemplo, a banda se apresenta no Parador, no Recife Antigo, e no Polo Várzea. Na segunda-feira (20), Mestre Ambrósio volta ao Bairro do Recife para o Festival Rec-Beat, produzido com incentivo do Governo de Pernambuco, por meio do Funcultura, e um dos primeiros festivais que o grupo se apresentou nos anos 90, na era de ouro do Manguebeat. Na terça-feira (21), a banda também se apresenta em Olinda, no Palco Carmo.

Além de Helder Vasconcelos (fole de oito baixos, percussão e coro), o Mestre Ambrósio é formado por Eder “O” Rocha (percussão), Maurício Badé (percussão e coro), Mazinho (baixo e coro), Sérgio Cassiano (vocal e percussão) e Siba Veloso (vocal, guitarra e rabeca). O grupo segue com as comemorações dos 30 anos da banda, dos quais 19 foram vividos pela banda e público num hiato sem apresentações. Nos shows, a banda revisitará os três álbuns da carreira: Mestre Ambrósio (1996), Fuá na Casa de Cabral (1998) e Terceiro Samba (2001).

José de Holanda/Divulgação

José de Holanda/Divulgação

Nos shows, a banda revisitará os três álbuns da carreira: Mestre Ambrósio (1996), Fuá na Casa de Cabral (1998) e Terceiro Samba (2001)

“O Carnaval tem essa movimentação, um pico de expressão, de gente na rua, de festa, de força e de alegria. Essa expectativa, se apresentar nesse momento tão expressivo de toda uma cultura, chega para o nosso show também. Ficamos 19 anos praticamente sem se apresentar, já num Carnaval são quase 25 anos sem. Tem esse fator do tempo, e isso só gera expectativa pela vontade de estar nessa festa com o Mestre Ambrósio”, celebra Helder, destacando ainda a relação dos integrantes com a cultura popular.

“Eder “O” Rocha brinca maracatu nação. Já eu e Siba temos relação com maracatu rural. Faço parte, por exemplo, do Maracatu Piaba de Ouro, o grupo da família Salustiano, há 31 anos. Sergio Cassiano também brinca maracatu nação, e Maurício Badé afoxé e caboclinho. São muitos envolvimentos”, explica o artista.

Sobre a volta ao Festival Rec-Beat, Helder Vasconcelos fala sobre a expectativa de estar naquele palco especial no coração do Recife e com uma história de conexão com a banda. “O festival abre um parêntese de afetividade ainda maior, porque está bem no cerne das primeiras movimentações do Manguebeat nos anos 1990. As primeiras tiragens do nosso primeiro álbum saíram pelo selo Rec-Beat, então a gente tem essa relação atravessando o tempo. Voltar a se apresentar dentro do que é o evento hoje, na abrangência e importância que ele tem, amplifica a relação e a expectativa de reencontro e contexto”.

Este ano, Helder Vasconcelos é um dos homenageados no Homem da Meia-Noite, Patrimônio Vivo de Pernambuco. Também foi convidado pelo presidente da agremiação, Luiz Adolpho, a compor a música tema do ano sobre os brincantes de Olinda, intitulada Homem da Meia Noite – Marcha dos Brincantes. Assim, ele divide a homenagem com personagens como o Homem do Tempo, o Homem da Paz, Mateus e Catirina, o dragão do Eu Acho é Puco, o Boi da Macuca e o Homem da Magia, todos citados na música.

“Já passaram por essa homenagem Cordel do Fogo Encantando, Silvério Pessoa, Maestro Spok e Ed Carlos, e desta vez tive a honra de produzir e compor essa música. Convidei os artistas Rodrigo Félix e Leo Gervásio para fazer os arranjos comigo e, embora seja um frevo, tem uma pitada de marcha de maracatu, que é a minha escola, da Mata Norte, região que faz parte da minha formação. Recebi o convite com muita honra e alegria porque é muito impactante você ser homenageado por uma agremiação do porte e importância do Homem da Meia-Noite”, comemora Helder.

Além disso, Helder conta que também brincará com o Boi Marinho, um brinquedo de Carnaval que ele criou e coordena há 23 anos e mantém uma agenda bem regular. “Saímos na sexta-feira (17), na Rua da Moeda, levantamos o boi umas 17h horas e seguimos em cortejo pelo Recife Antigo. No sábado (18), normalmente a gente leva o boi para Condado para visitar os amigos e os mestres, mas neste ano não iremos por causa da saída do Homem da Meia Noite. Por fim, o Boi Marinho brinca na Quarta-Feira de Cinzas (22), no Encontro dos Bois, passando ali pela Rua da Boa Hora pela Casa de Dona Dá”.

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