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Nazaré da Mata recebe Roda de Mestres Poesias em Seis

A história do maracatu de baque solto, sua beleza e seus desafios são discutidos por seis grandes mestres

Divulgação

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Mestre João Paulo

O passado, o presente e o futuro encontram-se, neste domingo (26), em frente à sede do Maracatu Leão Misterioso, em Nazaré da Mata, na Zona da Mata Norte pernambucana. A partir das 11h tem início a Roda de Mestres Poesias em Seis: Botando a Voz no Brinquedo. A história secular do Maracatu de Baque Solto (MBS) está presente na poesia e no diálogo entre seis mestres, todos de uma mesma raiz familiar, unidos pelo afeto e pelo amor à cultura popular.
São estrelas comprometidas não apenas com a brincadeira de hoje, mas com passar a tradição para as próximas gerações, com as adaptações que a contemporaneidade pede, sem esquecer de todos os que deram origem a essa arte. No sábado (25), a Roda de Mestres é registrada em vídeo para que cada vez mais pessoas possam se encantar e vivenciar o maracatu rural, Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2014. O projeto tem incentivo da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e do Governo do Estado, por meio dos recursos do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
O anfitrião do grande encontro é o mestre João Paulo, do Leão Misterioso de Nazaré da Mata, o Papa do Maracatu, o próprio Leão, que além de emocionar por meio de seu trabalho, sempre fez questão de revelar novos talentos da cultura popular, como fez com o irmão e os primos. Zé Joaquim, do Leão Coroado de Buenos Aires; Barachinha, do Estrela Dourada da mesma cidade; Veronildo do Águia Misteriosa, de Nazaré da Mata; Edmilson João, do Leão Teimoso de Lagoa de Itaenga; e Pedrinho Gabriel, do Leão Formoso, também de Nazaré da Mata, são os mestres que marcam presença na roda.
“Convidamos todo mundo a participar da Roda de Mestres. Um momento de brincadeira e de alegria, mas também de reivindicações, afirmações e defesas dessa cultura. Muitos temas são debatidos entre nós, mestres de uma mesma família, irmão e primos”, convoca mestre João Paulo.
Alexandre Veloso é o coordenador do projeto cultural Sonoras, do Maracatu de Baque Solto Leão Misterioso, do qual a Roda de Mestres faz parte. De acordo com ele, o registro em vídeo é importante para a preservação da memória dessa dança, música e poesia. “Todo o projeto constitui uma grande oportunidade de registro histórico das formas de cantar desses mestres, que são diferentes, apesar de eles virem de uma mesma escola. E o nome Sonoras se refere ao cantar da poesia, nosso foco principal. Nesse contexto o mestre João Paulo é como uma fonte primária. Ele vai deixar um legado junto com sua família. As pessoas vão poder aprender mais, por meio dos próprios mestres, sobre o cantar maracatu”, comenta.
O Papa do Maracatu trouxe seu irmão e primos para cantar marcha, samba, versos e rimas de maracatu. Primeiro introduziu o irmão como contramestre e depois passou a bengala, o apito e o chapéu para que assim surgisse o mestre Zé Joaquim. Com seu estilo marcante, com uma poesia organizada, canta contando histórias, crônicas. Com o mesmo início de contramestre, degrau de aprendizado no meio maracatuzeiro, Mestre Barachinha também foi iniciado e apresentado aos terreiros, sedes e praças, mundo afora, primeiro respondendo e depois cantando, liderando e se tornando um grande mestre.
Veronildo, Edmilson João e Pedrinho Gabriel também são primos do anfitrião que se tornaram mestres pela experiência que adquiriram após anos de dedicação ao maracatu de baque solto.
A Roda de Mestres Poesias em Seis: Botando a Voz no Brinquedo é uma das quatro atividades públicas promovidas pelo projeto cultural Sonoras do Maracatu de Baque Solto Leão Misterioso. Ainda serão realizados dois ensaios e uma sambada de pé de parede. Um dos ensaios já tem data marcada: 13 de janeiro de 2024.

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