Rendeiras debatem sua atividade em Jenipapo
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Por Julya Vasconcelos
Cerca de 60 rendeiras, todas da comunidade de Jenipapo, se reuniram ontem às 15h, sob uma chuva insistente, com um único objetivo: dialogar sobre a renascença produzida por elas.
Conduzidas de forma sensível e competente pela designer e estudiosa da área de design e cultura, Lucyanna Azevedo, o populoso grupo explicitou suas angústias e pode refletir a respeito da sua importância e papel dentro da cultura pernambucana.
“Se eu tivesse outra atividade que me pagasse melhor, eu deixava de fazer renda”, disse uma das mulheres. A frase, forte porque implica no possível abandono de uma técnica secular, também deixou claro que é preciso que as rendeiras saibam de sua importância, sejam bem remuneradas e juntem forças e energia em torno da busca de uma cadeia produtiva mais justa. Disso depende a sobrevivência da renascença.
A necessidade de se apropriarem do riscado, por exemplo, foi um ponto interessante do encontro. O riscado é a base, o projeto da renascença. As mulheres tecem as rendas seguindo fielmente os desenhos, que são vendidos por terceiros. Com fotografias de grades e janelas da própria comunidade, a facilitadora convida as mulheres ao exercício da criatividade. Juntos, transformam grades em projetos de renascença.
O encontro, que foi um dos momentos mais produtivos do FPNC do Agreste Central, foi apenas uma semente de um urgente processo de organização do grupo de rendeiras de Jenipapo.
