Pular a navegação e ir direto para o conteúdo

O que você procura?
Newsletter

Notícias cultura.pe

Bacanal do Bandeira mostra como o frevo casa bem com a poesia

Concentração e desfile da troça acontecem nesta sexta-feira (2), a partir das 16h30, saindo do Espaço Pasárgada

O Espaço Pasárgada promove, nesta sexta-feira (2), pelas ruas do Centro do Recife, o 13º desfile anual da Troça Carnavalesca Mista Bacanal do Bandeira, que foi fundada em 2012. A concentração ocorre, a partir das 16h30, defronte ao equipamento cultural gerenciado pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundação), na Rua da União, nº 263, bairro da Boa Vista, cujo prédio tem como marca a presença do busto do famoso poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor recifense.

A tertúlia tem início com o tradicional recital poético com a participação de atores, atrizes e poetas, que declamam poemas autorais na saída do bloco, com participação especial do ator Adriano Cabral. Os foliões da poesia desfilam ao som da Orquestra Levino Ferreira e ao passo do Grupo Fuzuê de Dança.

Durante o desfile há duas apoteoses. A primeira parada ocorre na Rua Mamede Simões, localizada entre o antigo edifício da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a escola Ginásio Pernambucano. Depois, o cortejo segue para o cais da Rua da Aurora, também em frente à Alepe, onde está situada a estátua de Manuel Bandeira e onde acontece a apresentação do Fuzuê. Em ambas as paradas, a performance de músicos, poetas e atores mostra como o frevo casa bem com a poesia.

BACANAL (Manuel Bandeira) – do livro Carnaval (1918)

Quero beber! Cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco…
Evoé Baco!

Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em douro assomo…
Evoé Momo!

Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos…
Evoé Vênus!

Se perguntarem: Que mais queres,
além de versos e mulheres?
- Vinhos!… o vinho que é o meu fraco!…
Evoé Baco!

O alfange rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que não domo!…
Evoé Momo!

A Lira etérea, a grande Lira!…
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos,
Evoé Vênus!

< voltar para Espaços culturais