Espetáculo Obirin-Kunhã: Dança Inflamada chega ao Recife e a Olinda
Com apoio da Funcultura e entrada gratuita, apresentações ocorrem nos Teatros Arraial Ariano Suassuna e Fernando Santa Cruz, e nas sedes do Maracatu Nação Pernambuco e do Daruê Malungo
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De 15 a 19 de janeiro, as cidades do Recife e de Olinda recebem o espetáculo Obirin-Kunhã: Dança Inflamada. Concebida pela intérprete-criadora Marcela Rabelo, a apresentação é uma imersão nas mitologias afro-brasileiras e afro-indígenas, por meio da dança e da poesia, sendo também um convite a refletir sobre o estar e o ser mulher a partir de uma perspectiva ancestral. As apresentações fazem parte da programação do 31º Festival Janeiro de Grandes Espetáculos. A entrada é gratuita.
Obirin (mulher, mãe, filha, na cultura Yorubá) e Kunhã (mulher, liderança feminina, do tronco linguístico tupi-guarani) são os conceitos que inspiram o espetáculo, fundamentado na investigação de itans (mitos e contos da tradição oral afro-brasileira) e nas obras do poeta França de Olinda (1955-2007), cuja escrita marginal e afro-centrada serve de referência para essa jornada artística. Composta por movimentos que dialogam com as danças populares de Pernambuco, a dança afro e a dança contemporânea, a performance busca dar voz a outras narrativas sobre o feminino destacando saberes muitas vezes silenciados pelos processos coloniais.
“Obirin-Kunhã: Dança Inflamada é um espetáculo que transcende a linguagem do corpo, pois também se comunica por meio de vídeos e imagens criando um entrelaçamento visual e sensorial que fortalece a mensagem das poesias de França de Olinda, especialmente da obra Poeminflamado (2011)”, explica a artista Marcela Rabelo. “Essa dramaturgia busca reavivar e redescobrir, no corpo da intérprete, as experiências do feminino afro-indígena como formas de resistência e afirmação cultural”, pontua.
As apresentações ocorrem, em Olinda, nos dias 15 e 18 de janeiro. No dia 15, no Teatro Fernando Santa Cruz, às 20h; e no dia 18, às 19h, na sede do Maracatu Nação Pernambuco. Já no Recife as apresentações são nos dias 17 e 19 de janeiro, no Teatro Arraial Ariano Suassuna, às 20h, no dia 17; e na sede do Daruê Malungo, às 18h, no dia 19. Com duração de 30 minutos, o espetáculo é um convite para questionar e redimensionar o papel da mulher na sociedade ao mesmo tempo em que celebra as cosmovisões de povos originários. Com o apoio da Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), o projeto também vai passar pelas cidades de Bezerros e Garanhuns, no Agreste pernambucano, com apresentação e oficina de dança. Todas as apresentações tem intérprete de libras.
A entrada é gratuita. Para retirar ingressos para as datas de 15 e 17 de janeiro, deve-se realizar a inscrição pelo Sympla do festival Janeiro de Grandes Espetáculos no mesmo dia da apresentação. Além de retirar o ingresso é necessário levar 1 kg de alimento não perecível para a entrada no evento. Já para as apresentações dos dias 18 e 19 de janeiro, os ingressos devem ser retirados pelo Sympla do projeto Dança Inflamada aqui e aqui.
INTÉRPRETE-CRIADORA - Natural do Recife, Marcela Rabelo é artista da dança, brincante, produtora cultural, pesquisadora e professora de danças populares há mais de 20 anos. É integrante do corpo de dança do Maracatu Nação Pernambuco, de Olinda, e da Cia. de Dança Artefolia, do Recife. Realizou trabalhos com diversas companhias, espetáculos e grupos de danças populares e dança contemporânea da cena pernambucana. Tem facilitado oficinas de danças populares em Pernambuco, no Brasil e em diferentes países como Cuba, Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Canadá. É idealizadora e criadora-intérprete do projeto de pesquisa Corpoesia/Dança Inflamada, do espetáculo solo Obirin-Kunhã: Dança Inflamada e da Mostra Obirnin-kunhã de Dança, voltada para mulheres da dança e da cultura popular. Como pesquisadora dedica-se ao estudo das danças populares e o entrelace com diferentes áreas. É designer com foco voltado para videodança (UFPE), especialista em Dança (FAV–RJ/PE) e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia (UFPE), com ênfase na pesquisa de danças no âmbito da cultura popular e os trânsitos entre espaços de representação.
