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Fundarpe inaugura exposição que destaca a vida e obra de Tereza Costa Rêgo

Exposição com 47 obras da representante do modernismo pernambucano está aberta ao público até o dia 27 de março deste ano

Danilo Souto Maior/Fundarpe

Danilo Souto Maior/Fundarpe

A exposição organizada e realizada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico juntamente com a obra agora publicada pela Cepe fazem parte do conjunto de esforços governamentais para “nacionalizar” o conhecimento sobre a extensa produção da artista pernambucana

Para entrar no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe) na noite dessa quinta-feira (20), antes era preciso apresentar a carteira de vacinação com as duas doses em dia. Se de corpo presente lá estivesse, certamente a pintora Tereza Costa Rêgo (1929-2020) seria uma voz em defesa da vida, da ciência, das artes e da liberdade para todas e todos. “Dia muito especial de celebrar Tereza e agradecer a muita gente que trabalhou para essa exposição nascer com muito vigor. É uma exposição impactante, que pode ser levada a qualquer lugar do Brasil e do mundo. Tereza vive, Tereza presente”, registrou Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe, na solenidade de inauguração da mostra comemorativa.

Danilo Souto Maior/Fundarpe

Danilo Souto Maior/Fundarpe

Abertura da exposição contou com a presença de Joana Rozowykwiat, jornalista e e escritora que também é neta de Tereza Costa Rêgo

A escritora e jornalista Joana Rozowykwiat ressaltou a importância de, no atual contexto político e social, revisitar a obra e celebrar o legado de Tereza, maior nome do modernismo em Pernambuco e uma das referências nacionais. “A gente vive um tempo de ataque à cultura, a tudo aquilo que eleva a consciência. Um tempo de trevas que minha avó, mulher forte e com posicionamentos muito definidos, conheceu muito bem. Tereza continua toda vez que a gente a celebra”, definiu ela.

Formada em História pela USP, Tereza viveu os acontecimentos políticos de sua época. Precisou entrar na clandestinidade, passou a se chamar Joanna, e buscou exílio no Chile, na China e em países da Europa. Joana Rozowykwiat é neta de Tereza. É quem assina o projeto editorial do livro A liberdade em vermelho, pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

A exposição organizada e realizada pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico juntamente com a obra agora publicada pela Cepe fazem parte do conjunto de esforços governamentais para “nacionalizar” o conhecimento sobre a extensa produção da artista pernambucana.

“Em 2019 a gente começou a pensar essa exposição. Nos reunimos com Tereza. O tempo passou, Tereza faleceu, chegou a pandemia que embaralhou a vida de todo mundo. Mas, finalmente, a exposição nasceu”, conta o gestor da Fundarpe. Curador da mostra, Marcus Lontra destacou o exemplo que Tereza foi de “bravura e força para todos nós”. Em parceria com Lontra, o jornalista e escritor Bruno Albertim assina a co-curadoria. Ele é também o biógrafo de Tereza, de quem foi também amigo íntimo.

Danilo Souto Maior/Fundarpe

Danilo Souto Maior/Fundarpe

É uma exposição impactante, que pode ser levada a qualquer lugar do Brasil e do mundo. Tereza vive, Tereza presente”, registrou Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe

“Preciso pintar”
Ao adentrar no Espaço Cultural Cícero Dias, no Mepe, a(o) visitante se depara logo com uma imagem, de grande dimensão, de Tereza sorrindo. Na foto preto e branca, ela segura a aba do chapéu, como quem convida a um passeio, uma imersão no mundo em vários tons de vermelho.

A mostra ocupa 607 metros quadrados e todos os ambientes do espaço. São 47 obras de várias fases da trajetória da pernambucana. Algumas delas da década de 40, quando a artista assinava “Terezinha”, outras mais recentes, mas que nunca haviam sido expostas.

Danilo Souto Maior/Secult-PE

Danilo Souto Maior/Secult-PE

Algumas das obras foram feitas na década de 40, quando a artista assinava “Terezinha”, e outras são mais recentes, mas que nunca haviam sido expostas

Além dos quadros, a exposição exibe também alguns dos escritos de Tereza. “Todo artista aprende muito até o último dia de vida. Vou continuar trabalhando a minha pintura, como quem vive ou como quem morre”. Nas paredes do Cícero Dias, para todo mundo testemunhar, a dedicação da pernambucana à arte. “Tem dias que pinto até não aguentar mais. Não é só um trabalho intelectual, mas também físico. Pinto e vou deitar com dores no corpo até passar. Preciso pintar. Pintarei até não poder mais.”

Serviço:
Exposição Viva Tereza
Quando: de 20 de janeiro a 27 de março de 2022
Onde: Museu do Estado de Pernambuco (Mepe) – Av. Rui Barbosa, 960 – Graças, Recife – PE
Preço: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) – nas quartas-feiras a entrada é gratuita.

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