Maspe completa 46 anos celebrando a arte religiosa em suas diversas formas
Museu de Arte Sacra de Olinda foi fundado em 11 de abril de 1977, fruto de uma parceria entre a Fundarpe e a Arquidiocese de Olinda e Recife. Hoje o espaço reúne mais de 4 mil peças.
Postado em: Espaços culturais | Fundarpe
Do Alto da Sé, ponto mais alto de Olinda, impera um dos edifícios mais antigos da cidade. Construída em 1537, a antiga Casa de Câmara e Cadeia hoje abriga o Museu de Arte Sacra de Pernambuco (Maspe), que nesta terça-feira (11) celebra seus 46 anos. Mas na emoção que toda a arte e religiosidade desperta, a matemática do tempo cronológico parece não fazer tanto sentido por ali. Ao passear pelo equipamento é difícil sentir que são apenas um pouco mais do que quatro décadas de história.
Azulejos portugueses do século 18 se misturam a ladrilhos ingleses do século 19 para formar esse casarão que, dentre outras tantas funções exercidas ao longo desses quase 500 anos, também foi Palácio Episcopal em 1676 e abrigo para soldados durante a Segunda Guerra Mundial. Entrar no Maspe é mais do que visitar um museu, é adentrar em um espaço único, um universo particular em que o sagrado é celebrado em suas diversas formas.
“É uma alegria poder festejar esses 46 anos. O Maspe tem uma história tão bonita! Como todos os museus, temos o objetivo da pesquisa, preservação e comunicação do patrimônio cultural, mas com uma especificidade. Somos um museu eclesiástico, então temos uma função pastoral”, explica o gestor do equipamento, Dom Bernardo.
Com um acervo de mais de 4 mil peças, o Maspe possui obras, vestimentas e objetos sacros que vão desde o século 16 até os dias atuais. Um recorte histórico rico, amplo e único, fruto de uma parceria entre a Fundarpe e a Arquidiocese de Olinda e Recife desde a década de 1970. O acervo fixo, que começou a ser construído a partir de mais uma centena de peças cedidas justamente pela Arquidiocese, hoje reúne objetos de culto como santos populares e de procissão, relicários, custódias e pinturas religiosas. Um dos destaques deste acervo é a coleção de imagens antigas eruditas, policromadas e douradas, datadas do século XVI.
Além das peças que celebram o catolicismo, seus ritos e dogmas, chama a atenção referências a outras religiões, como as de matriz africana, no Salão de Arte Popular, no andar superior do museu. “Somos um espaço aberto à arte religiosa em todas suas dimensões e isso abarca o sincretismo”, pontua Dom Bernardo.
Para o coordenador do Educativo do Maspe, Iron Mendes, o objetivo do equipamento é promover e salvaguardar acervo tanto de arte sacra quanto de arte religiosa. “A arte sacra, de uma maneira geral, representa as peças que eram utilizadas nas missas e procissões, que tinham a finalidade do sagrado, fazendo intermédio entre o profano, o homem, e o divino, Deus. Já a arte popular religiosa muda um pouco esse contexto. São releituras que unem elementos do lúdico, do imaginário dos artistas a símbolos religiosos”, explica.
Visitar o Museu de Arte Sacra de Pernambuco é realizar um passeio encantador e profundo pela história da arte religiosa do Estado. Esquecer do tempo e apreciar a vista privilegiada da cidade de Olinda, percebendo que o sagrado está dentro e fora do museu. O espaço abre de terça a domingo, sendo de terça a sexta das 10h às 17h e aos sábados de domingos das 10h às 14h.

