Mostra ocupa os 607 metros quadrados do Espaço Cultural Cícero Dias, anexo ao Mepe

Organizada e realizada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) e Fundarpe, a mostra “Viva Tereza – Tereza Viva” entra nas duas últimas semanas em exibição no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe). É a oportunidade de conferir de perto o vermelho intenso que identifica em parte a obra de uma das referências da arte moderna do nosso Estado, Tereza da Costa Rêgo (1929-2020). De terça às sextas-feiras, o horário de visitação é das 11h às 17h. Aos finais de semana, das 14h às 17h. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5 (pra quem tem direito à meia-entrada).

A exposição reúne 47 quadros da pintora e ocupa 607 metros quadrados e todos os ambientes do Espaço Cultural Cícero Dias, prédio anexo do Mepe. Alguns deles da década de 40, quando a artista assinava “Terezinha” e outros mais recentes, mas que nunca haviam sido expostos. Nas paredes, a mostra exibe também alguns dos escritos de Tereza. “Tem dias que pinto até não aguentar mais. Não é só um trabalho intelectual, mas também físico. Pinto e vou deitar com dores no corpo até passar. Preciso pintar. Pintarei até não poder mais.”

O vermelho intenso e as mulheres são duas das marcas do trabalho da artista pernambucana

“Para a Fundarpe, é uma alegria muito grande poder organizar essa exposição que, além de fazer essa deferência a um nome tão importante para a arte e cultura do nosso povo, deseja também dar as condições para que o Brasil conheça melhor Tereza Costa Rêgo”, descreve Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

Foi preciso um trabalho de pesquisa para localizar todos os quadros e desenhos reunidos em “Viva Tereza – Tereza Viva”. A mostra contou com curadoria de Marcus Lontra e Bruno Albertim, este último amigo pessoal e biógrafo da artista. “A presença da obra de Tereza no Museu do Estado confirma que não existiu só um modernismo no Brasil, existem vários. Tereza é uma artista grandiosa, com uma vida tão densa quanto a própria obra. Uma pintora do vermelho, do intenso, das paisagens. Mas também do amor”, analisa Albertim.

Para conferir a exposição, visitante precisa fazer uso de máscara e estar em dia com a vacinação

Paralelamente à exposição, o Governo de Pernambuco, por meio da Cepe, também lançou o livro “A Liberdade em Vermelho”. Quem assina o projeto editorial do livro é a jornalista e neta de Tereza, Joana RozowyKwiat. A publicação conta com fotografias de criações de Tereza e textos inéditos assinados por artistas, curadores e escritores como Raimundo Carrero, João Câmara, Clarissa Diniz, Marcus Lontra, Bruno Albertim, Denise Mattar, Cida Pedrosa e Ana Mae Barbosa, além de depoimentos de amigos e da própria Tereza.

Formada em História pela USP, a artista pernambucana acompanhou de perto também os acontecimentos políticos da época. Precisou entrar na clandestinidade e passou a se chamar Joanna. Exilou-se no Chile, na Europa e na China. Em 1979, voltou ao Brasil e seguiu produzindo

Serviço:
Exposição Viva Tereza
Quando: até 27 de março (domingo)
Onde: Museu do Estado de Pernambuco – Av. Rui Barbosa, 960 – Graças, Recife – PE
Preço: R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) – nas quartas-feiras a entrada é gratuita.