Chuva no País da Música é só Chuva de Sombrinhas
Frevo ditou o repertório na noite da Praça da Rosa, em Pesqueira, neste sábado (3)
Postado em: PE Meu País
A chuva até ensaiou chegar no polo País da Música, neste sábado (3), no município de Pesqueira (Agreste), quarta etapa do itinerante Festival Pernambuco Meu País. Mas o que houve mesmo foi Chuva de Sombrinhas – aliás, duas vezes. O frevo ditou o ritmo nas apresentações do cantor Kleber Araújo, da Orquestra 100% Mulher e do também cantor Nonô Germano em uma noite de Carnaval fora de época.
Oriundo Arcoverde (Sertão), Kleber Araújo trouxe para Pesqueira seu frevo sanfonado, com uma pitada de forró, da tradição de Sivuca e Dominguinhos, ou o “frevo do Sertão”, como também denomina. Além de temas próprios, interpretou canções menos óbvias do gênero, como Noites Olindenses (Carlos Fernando), famosa na voz de Caetano Veloso; De Chapéu de Sol Aberto (Capiba), Sedução (Luiz Bandeira), sucesso com Beth Carvalho; Sou Eu Teu Amor (Alce Valença & Carlos Fernando); Coisa Acesa (Moraes Moreira & Fausto Nilo); Chuva, Suor e Cerveja (Caetano Veloso); Vassourinha Elétrica (Moraes Moreira); Pagode Russo (Luiz Gonzaga & João Silva); e Riacho do Navio (Luiz Gonzaga & Zé Dantas). E, claro, chegando ao clímax com o tradicional Vassourinhas.
Criada em 2003 visando preservar, divulgar e fortalecer os ritmos pernambucanos e vencer o preconceito, a Orquestra 100% Mulher, a partir de uma ideia da clarinetista Carmem Pontes e de Elizabete Bezerra, integrantes da Banda Sinfônica Cidade do Recife. Em um universo predominante masculino o conjunto faz uma grande diferença. Em Pesqueira, o repertório escolhido foi dominado pelo frevo.
Começou com o icônico Frevo Mulher (Zé Ramalho) e seguiu com Tropicana (Alceu Valença & Vicente Barreto), Me Segura Senão Eu Caio (J. Michiles), Oh! Bela (Capiba), Madeira que Cupim Não Rói (Capiba), Último Regresso (Getúlio Cavalcanti), Ciranda da Rosa Vermelha (Alceu Valença), Arrea a Lenha, Sombra de Sombrinhas (André Rio, Nena Queiroga & Beto Leal) e… Vassourinhas!
E para a folia ficar completa, a noite se encerrou com Nonô Germano, herdeiro da tradição da voz das orquestras de frevo imortalizada por seu pai, Claudionor Germano, Patrimônio Vivo de Pernambuco. Aí foi a vez da máquina de clássicos do gênero, com Voltei Recife (Luiz Bandeira), Frevo e Ciranda (Capiba), Ceroula (hino, de Milton Bezerra de Alencar), Tropicana (Alceu Valença & Vicente Barreto), Hino do Elefante de Olinda (Clídio Nigro & Clóvis Vieira), Trombone de Prata (Capiba) e a supracitada Chuva de Sombrinhas.
Versátil, Nonô ainda fez o coco de roda Fica pra Depois, sucesso da banda Versão Brasileira; um medley de cirandas; Não Devo Nada a Ninguém (O Conde do Brega) e Arrea a Lenha. E prestou um tributo a Reginaldo Rossi com a autoral No Reinado do Frevo (parceria com Henrique Effe e Leo Pimentel).