Cultura popular reforça interesse nas novas gerações
Em Buíque, jovens e veteranos trocam experiências nas apresentações da Banda de Pife Zabumba São Sebastião e do Grupo de Bacamarteiros Batalhão 33
Postado em: PE Meu País
A despedida do País das Culturas Populares e País das Matrizes do Forró do Festival Pernambuco Meu País 2024, no município de Buíque (Agreste), oitava etapa do evento, deixou uma sensação de que, no que depender da cadeia produtiva, as manifestações populares do Estado têm uma garantia de renovação pelo menos a curto e médio prazo. No domingo (1º) apresentaram-se nesse polo a Banda de Pife Zabumba São Sebastião, de Arcoverde (Sertão), e o Grupo de Bacamarteiros Batalhão 33, de Tacaimbó (Agreste), grupos que reúnem integrantes das mais variedades idades, novos e veteranos.
O legado dessas expressões tem se mostrado perene nas mãos de mestres, que mantêm viva a tradição popular; e de jovens que se interessam em aprender e dar continuidade a trabalhos que em alguns casos datam de mais de um século de existência. Em Buíque, no domingo, dia em que o Mercado Público não funciona, as apresentações no polo País das Culturas Populares Zuzuzada, na Praça Major França, no Centro do município.
Apesar de fundada em 2018, a Banda de Pife Zabumba São Sebastião acumula décadas de experiência em sua formação. Surgiu da ideia do jovem Lula Moreira reunir os mestres Dão do Pife, 82 anos (68 deles dedicado às bandas de pífanos); Zé da Zabumba, 73 (40 de experiência); e o Delegado do Pife (também integrante da Banda de Pífano Santa Luzia). Antes mesmo de existir oficialmente o grupo viveu a experiência de tocar nas Paraolimpíadas do Rio de Janeiro (2016). Dois anos depois lançou o álbum Barro Vermelho e não parou mais. No Festival Pernambuco Meu País 2024, mostrou os temas desse disco e outros tradicionais do gênero.
Com quase 40 integrantes e três décadas de existência, o Batalhão 33 destacou 18 membros para a performance no festival sob o comando do contramestre Claudionor Martins da Silva, cujo pai, Bento, fundou o grupo. Neste há jovens como Pedro, 12 anos, sobrinho de Claudionor, até veteranos como Israel, 72, tio do contramestre.
Acompanhado do trio João Pé de Serra (sanfona, zabumba e triânglo), o Batalhão 33 performou no palco da Zuzuada e seguiu para o campo detrás do Mercado Público para realizar os tradicionais tiros de bacamarte.