Pular a navegação e ir direto para o conteúdo

O que você procura?
Newsletter

Notícias cultura.pe

Diversidade em todos os sentidos no País das Culturas Populares em Bezerros

Grupos de maracatu, afoxé, coco e pastoril colocam público para dançar e aquecem Serra Negra

Aqui está aquele friozinho gostoso, mas aos poucos o calor do público que vai chegando nos polos torna a temperatura aconchegante, no modo ideal. O Festival Pernambuco Meu País, em seu primeiro dia, nesta sexta-feira (19), no povoado de Serra Negra, município de Bezerros, no Agreste pernambucano começou nesse clima: de aconchego. Logo à tarde, no palco País das Culturas Populares cativou o público com espetáculos de música e dança que exaltaram a diversidade do gênero no Estado, com performances de maracatu, afoxé, coco e pastoril.

O Maracatu Nação Capibaribe, do bairro da Várzea (Recife-PE), trouxe uma amostra de 15 de seus mais de cem integrantes. Bateu o centro no palco-caminhão com um repertório em tributo aos orixás, de Exu a Oxalá, mesclando temas tradicionais de seu ritmo dominante com outros mais pop, de Chico Science, Alceu Valença e Erasto Vasconcelos, entre outros. Um crossover rítmico e geracional que transitou ainda pelo samba e provocou até uma roda de ciranda em volta de seu porta-estandarte.

A tradição dos ritmos afros continuou na apresentação do Afoxé Babá Orixalá Funfun, do bairro de Guadalupe (Olinda-PE), que mostrou que festa não precisa se separar da militância. Também colocou a plateia para dançar com canções em que reflete sobre o passado e o presente de lutas. As músicas fazem uma releitura lúdica e artística do candomblé tradicional. Em modo de festa, denunciou toda forma de preconceito.

Numa vibe semelhante a seus antecessores, da tradição que remete aos ancestrais, o Coco de Mestre Ciriaco, do Sítio do Urubu, no município de Glória do Goitá (Zona da Mata Norte pernambucana), também fez o público dançar, com seus dançarinos em meio aos espectadores. O premiado Mestre Ciriaco, 96 anos, 77 destes dedicados ao ritmo, cantou e tocou zabumba ao lado do neto João Paulo, 28 anos, que toca ganzá e recentemente acompanha o avô.

O País das Culturas Populares encerrou sua tarde de estreia em Serra Negra com As Perigosas Pastoras, peculiar pastoril profano do bairro do Ibura (Recife) que se destaca pela formação e proposta em defesa da visibilidade LGBTQIA*. Com a plateia no gargarejo, arrancou muitos risos e aplausos.

A maioria do público à beira do palco era formada por cerca de 30 alunas e alunos de dança da professora Equilaine Rodrigues, do município de Bezerros. Todas e todos curtindo com muita animação. “Aqui é uma riqueza de cultura. Pernambuco é rico em cultura e diversidade. Nós adoramos e vivemos isso em nosso dia a dia, durante nossas aulas em Bezerros. É maravilhoso estar aqui vivenciando tudo isso”, afirmou a docente. “Estou achando o festival riquíssimo. Veio a calhar ser aqui em Serra Negra, que é um lugar maravilhoso e juntou com nossa cultura dando aquela união positiva. Não poderíamos ficar de fora”, completou.

< voltar para PE Meu País