Apresentações, oficinas e encontros tradicionais ocuparam o polo Castainho
Cento e trinta pessoas, de seis comunidades tradicionais, participaram das oficinas
Postado em: Festival de Inverno | Povos tradicionais e populações rurais
por Márcio Bastos
O Castainho, na zona rural de Garanhuns, é uma das comunidades remanescentes de quilombos em Pernambuco que preserva e perpetua tradições de seus antepassados. Durante o Festival de Inverno de Garanhuns, o território acolhe apresentações de grupos culturais tradicionais da região, abre espaço para intercâmbios entre a comunidade e artistas das mais diferentes linguagens, e recebe diversas oficinas de formação cultural. A culminância de todas essas ações aconteceu na sexta-feira, 29 de julho, e transformou-se em uma celebração coletiva, com apresentações e reforço do que é mais importante: a perpetuação dos saberes e das culturas tradicionais para além do período do festival.
“A comunidade tem uma vida cultural muito forte durante todo o ano, que não para depois das oficinas. Mas, esse é um momento em que a gente recebe esse conhecimento e passa também para os oficineiros que vêm para cá. É uma ação importante, que congrega não só o nosso quilombo, mas também os de Tigre, Estivas, Estrela e Timbó”, reforçou José Carlos, líder da comunidade.
Leo Caldas

Teoria ritmo-musical e história da cultura popular foram alguns temas discutidos na oficina de Ritmos Percussivos
Entre as atividades ofertadas durante o festival estiveram as oficinas de Danças Moçambicanas e Diásporas Africanas, ministrada por Manuel Castomo; de Frevo, com Bruna Renata; de Ritmos Percussivos Batá Kossô – Tambores do Rei, com Felipe França; e de Formação e Aperfeiçoamento de Roadies, com João Zarai.
“Tivemos cerca de 130 pessoas, de seis comunidades, participando das oficinas, o que para a gente é muito importante, porque vemos a vontade dos moradores em aprender, em trocar. É preciso que a gente desmistifique alguns preconceitos, temos que preservar as tradições dos quilombos e também colocá-lo na contemporaneidade. É preciso trabalhar com as novas gerações, apresentar as possibilidades, até para que elas possam contribuir cada vez mais com suas comunidades”, reforçou Chiquinho, coordenador do polo Castainho.


