Artistas de Garanhuns ditam o ritmo na segunda noite do Pernambuco Lo-fi
Bella Kahun, Cássio Sette e Paulo Café representaram o talento dos artistas de Garanhuns e animaram um público que cantou junto
Postado em: Festival de Inverno
A segunda noite do Palco Pernambuco Lo-Fi, neste sábado (22), foi marcada pelo protagonismo absoluto dos artistas de Garanhuns no Parque Euclides Dourado com Bella Kahun, Cassio Sette e Paulo Café, três cantores naturais do município, que têm seu trabalho marcado pela mistura entre ritmos como brega, MPB, pop, frevo e bolero. Os intervalos no palco ficaram sob a batuta do DJ Vorax.
Quando o relógio bateu, pontualmente, às 18h50, a cantora Bella Kahun começou sua apresentação para uma plateia completamente lotada de admiradores encantados com a performance da representante da novíssima geração de artistas pernambucanos. Do auge dos seus 22 anos, a jovem demonstra uma segurança e presença de palco impressionantes. Além disso, Bella conta com um repertório já conhecido pelo público, que cantou junto cada uma de suas músicas.
A artista uniu em sua apresentação algumas canções de Crua (2020), seu primeiro álbum, com as músicas de Agrestina, seu vindouro álbum. O trabalho de Bella encontra consonância com o que vem sendo feito por uma nova cena da música pop brasileira. Ao mesclar R&B contemporâneo com MPB, brega, jazz, bolero, e é claro o sotaque pernambucano.
Em seguida, o cantor Cássio Sette apresentou ao público do Pernambuco Lo-fi seu trabalho baseado no pop com influências de MPB e ritmos regionais. Cássio iniciou o show com seu mais recente single Rimbaud, em seguida apresentou canções de seus dois álbuns. O músico também investiu em algumas releituras de clássicos da música popular brasileira, como versões de Retalhos de Cetim de Benito di Paula, Como de Paulo Diniz, e Lamento Sertanejo de Gilberto Gil.
O show contou com participação especial do artista Joaquim Izidro, que cantou Pavão Myzteriozo de Ednardo e Brincar de Boi, música autoral que surgiu a partir da influência da batida do violão de Ednardo na clássica canção que explodiu ao embalar os voos de João Gibão na novela Saramandaia (1976).
Encerrando a apoteótica noite garanhuense do Pernambuco Lo-Fi, o cantor Paulo Café trouxe o melhor do seu repertório para um público lotado. Misturando mpb, indie pop, brega e ritmos regionais, Paulo construiu uma carreira de mais de 10 anos.
Ao longo da sua trajetória, Café idealizou e participou de vários projetos culturais na música e em eventos. O seu EP Jardins, de 2021, vai do ijexá ao brega de forma muito natural e autêntica.
Muitas das músicas de Paulo são hits na cidade, o que fez com que a plateia o acompanhasse em uníssono várias vezes ao longo do show. Isso também ficou evidente quando o cantor fez uma versão de Tigresa de Caetano Veloso. Durante sua apresentação, Café – assim como Bella e Cássio Setta o fizeram – bradou pela valorização dos artistas locais no FIG e o quanto isso é importante para a cena.
“Nunca teve tanta gente daqui fazendo show no FIG como nesse ano. Então, vamos escutar essa galera daqui. Vamos escutar Adalberto, Bella, Zé Lucas. Esses artistas que são daqui e que merecem estar no Festival”, resumiu o cantor.