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Intervenção leva “poesia ao vivo” para a Praça da Palavra

Neste domingo (19), a intervenção poética ‘Poesia ao Vivo’ reuniu jovens pernambucanos do cenário da poesia contemporânea

Por: Raquel Holanda

A poesia contemporânea foi o destaque da noite de domingo (19) na Praça da Palavra. Os poetas pernambucanos José Juva, Jonatas Onofre e Camillo José mostraram para o público do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) a primeira apresentação do projeto ‘Poesia ao Vivo’.

Jorge Farias

Jorge Farias

Poesia contemporânea e ruídos sonoros marcaram intervenção

Os poetas revezavam-se nas leituras dos poemas, enquanto as interferências das vozes e das notas musicais faziam os ajustes para o processo de apresentação das obras. “Eu pensei nesse projeto porque gosto muito da poesia de Camillo e de Jonatas, e gosto muito de exercitar dizer minha poesia. A palavra poética tem outros ares. Então é interessante fazer algo para dizer poesia. Com essa ideia, propus para eles e dar o nome de Poesia ao Vivo, para mostrar as histórias sendo construídas, não como narração, mas como palavra poética”, comentou José Juva sobre a origem do projeto, que para o trio é a própria construção de um universo poético.

Uma apresentação contemporânea, coerente com a poesia dos jovens poetas pernambucanos. Os ruídos sonoros também eram elementos presentes para a criação da atmosfera da apresentação. No público, a recepção da ‘Poesia ao Vivo’ instigava pela novidade. “Eu vi um ensaio deles para essa apresentação e foi muito massa ver a organização deles. É como se existisse uma partitura, mas ela ainda não está pronta. Uma partitura de atmosfera, de energia. E hoje eles apresentaram uma virada que eu nunca imaginei, foi incrível”, disse André Monteiro. O roteiro para a apresentação do projeto, segundo Juva, foi baseado na mitologia. “A gente brincou que era Brahma, Vishnu e Shivas. Criação, conservação e destruição. Então foram as três partes que organizaram esse roteiro”, complementou o poeta sobre a influencia das três forças essenciais do Universo na constituição do projeto. De acordo com José Juva, a proposta é lembrar do poeta como a figura de um xamã.Como aquele que mexe na palavra para mexer na realidade, para transformá-la. Pensar o poeta como esse sujeito contemporâneo, que apesar do niilismo, da angústia e de todas essas coisas, ainda enxerga alguma magia na criação, no movimento, no encontro, finalizou Juva sobre a ideia de que é possível ter-se um reencantamento com o mundo.

Jorge Farias/Secult-PE

Jorge Farias/Secult-PE

O poeta José Juva

Para o coordenador de Literatura da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Wellington de Melo, os três poetas se destacam no cenário literário contemporâneo. “Então foi bem interessante ver isso aqui. E também isso, provavelmente, será uma prévia da participação deles no Festival Internacional de Poesia do Recife, que acontece em setembro. Então isso acabou sendo um laboratório para alguma coisa que vai vir por aí”, antecipou o coordenador sobre uma próxima apresentação do projeto ‘Poesia ao Vivo’.

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