por Leonardo Vila Nova

Quem acompanhou o encerramento da noite desta sexta (24), no Palco Instrumental (Parque Ruber Van Der Linden), teve o privilégio de ver, ouvir e conhecer um pouco da obra de um dos nomes mais importantes da nossa música. No auge dos seus 80 anos, o Maestro Duda, Patrimônio Vivo de Pernambuco, mostrou ao público porque é arranjador e compositor respeitado de uma ponta a outra do estado.

Rodrigo Ramos/Secult-PE

Maestro Duda

No show desta noite, Duda veio acompanhado de um quinteto de metais (tuba, trompa, trombone e dois trompetes) e um baterista. Segundo ele, a formação de metais é das mais clássicas, utilizada por nomes do quilate de Tchaikovsky, Beethoven e Mozart. “Existe um preconceito quando se fala em música erudita, como se fosse somente o que eles fizeram na época deles. Mas pouca gente sabe que a música feita por eles era a música popular daquela região e daquele tempo. Assim como aqui a nossa música popular tem frevo, baião maracatu, choro. E tudo isso pode ser, e é, música erudita também“, explica Duda.

E foi com números primorosos que ele conduziu a apresentação, cadenciada com explicações sobre a sua produção artística, e sobre elementos da música popular e erudita. Uma verdadeira aula. No repertório, ele apresentou músicas de sua autoria, como a Suíte Recife, ou, como ele mesmo chama, “Suíte das mulheres lá de casa“, composição dividida em várias partes, composta em homenagens a filhas, netas, esposa e nora. Daí, foi de um tudo: valsas, choro, frevo, aboio, arrasta-pé, entre outros.

Ao final da apresentação, Duda emocionou o público ao, de clarinete em mãos, homenagear o mestre Dominguinhos, excetuando a sua clássica De volta pro aconchego. E ficou o gostinho de quero mais…