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Ná Ozetti encanta público no encerramento do CPM no FIG

Por: André Dib

Pri Buhr

Pri Buhr

Ná Ozzetti, Dante Ozzetti e Ivan Vilela se apresentam na Catedral de Santo Antônio.

A temporada 2014 do Conservatório Pernambucano de Música no FIG terminou nesta noite de segunda-feira (21), com uma bela apresentação da cantora Ná Ozetti, aplaudida de pé pelo público presente na Catedral de Santo Antônio. Foi o gran finale para uma programação que, desde a última sexta (18) trouxe atrações no limiar do erudito e popular.

Há cinco anos coordenando o projeto, a gerente de ensino, pesquisa e promoção do CPM, Rose Hazin avalia positivamente a atual edição. “Com o tempo adaptamos o programa de acordo com o perfil do público, por isso convidamos artistas eruditos para apresentar um repertório popular”, diz. Leo Gandelman, que se apresentou no último domingo (20), é um deles: o jazzista interpretou composições da MPB.

“Também procuramos privilegiar artistas da terra, como os grupos SaGRAMA, o Quinteto de Bandolins do Recife e o Allegretto. Entre as atrações nacionais, trouxemos o Quinteto de Clarinetes Sujeito a Guincho, uma formação rara, que se apresentou dentro da nossa proposta de introduzir ao público instrumentos e composições, cumprindo assim nossa vocação de evento musical, artístico e pedagógico”.

De acordo com Rose, a formação de plateia se dá em diálogo com um público fidelizado, mas também com aquele que está passando em frente à igreja, ouve a música e resolve entrar. “Geralmente, quem entra, fica”.

Tradição – Ao lado do irmão Dante Ozetti, e do violeiro Ivan Vilella, a cantora paulista Ná Ozetti realizou um show com a profundidade e delicadeza característicos do trabalho que vem realizando desde os anos 1980. A apresentação começou com três modinhas, gênero musical surgido no Brasil no início do século passado, a começar com Viola Quebrada, de Mário de Andrade.

O repertório, no entanto, passou por nomes de todas as épocas, como os maestros Villa Lobos e Tom Jobim, Tião Carvalho, canções dos Beatles (Michelle e Eleanor Rigby), Beto Guedes, Itamar Assumpção e composições recentes do próprio Dante, produtor da cantora, em parceria com Luiz Tatit e Zé Miguel Wisnik.

Admirador da cantora, o músico Juliano Holanda assistiu emocionado ao concerto. “Em pouco mais de uma hora, eles percorreram a história da MPB, obtendo um resultado muito contemporâneo”.

Produtor desde o primeiro disco de Ná Ozetti, Dante está pela segunda vez no FIG – a primeira foi com o conjunto de ritmos amazônicos Timbres e Temperos, do Amapá, que tocou no então Palco Guadalajara, em 2010, dividindo a programação com Paulinho da Viola, Rita Ribeiro e Naná Vasconcelos. “O FIG é muito conhecido, uma referência nacional”.

Dante conta que o trio é um projeto especial, esporádico, que surgiu há seis anos a convite da Sela Cecília Meirelles (RJ). “A sala queria uma programação semi-erudita. Então chamamos o Ivan, compositor e pesquisador mineiro, um grande especialista em viola, para trabalhar com timbres específicos e montamos esse programa”.

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