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Pernambuco Lo-Fi tem noite marcada pelo ecletismo

 

A noite desta quarta-feira no palco Pernambuco Lo-Fi do 31º Festival de Inverno de Garanhuns foi vibrante, ao som de ritmos como o forró, o brega, a ciranda, o rock e diversas outras sonoridades. Caboclo Mestiço, Carranza e Jáder evidenciaram a força da música independente pernambucana em trazer novas ideias para ritmos tradicionais, dando um tempero próprio à eles.  Nesta quinta-feira, o palco recebe Hebert Lucena, Abulidu e Tagore.

Um dos nomes em ascensão na cena da música independente, o recifense Jáder levou ao palco um show onde brega, forró, piseiro e outros desses ritmos conversam com uma estética mais pop, fazendo com que essas músicas passem a existir também em narrativas que fogem da tradicionalidade, abraçando a diversidade de gênero e sexualidade que talvez nunca tenha sido tão abraçada por um artista desses gêneros. Ele não abre mão das viradas na bateria, de cantar as dores e prazeres do amor, em canções como Lua Escorpião, que abriu a noite, Eu Gosto, Pele com Pele, Se Lascou Larga Esse Boy, seu primeiro grande single da carreira solo, convidando a artista da terra Bella Kahun para uma participação especial.

“É muito importante tocar aqui no FIG, sempre um momento histórico, porque quando a gente democratiza o acesso à cultura, faz com que todo mundo chegue junto de um jeito muito mais caloroso e forte. Todo mundo chega na rua pra se divertir. E a rua é o lugar onde a cultura deve viver. Por mim, todos os eventos seriam assim”, afirmou o cantor.

Quem subiu ao palco antes foi a banda Caboclo Mestiço, diretamente de Olinda, trazendo guitarradas afrolatinas aliadas a batuques que incorporam. Foi a primeira apresentação do grupo no Festival de Inverno de Garanhuns, colocando o público para bater os pés e as mãos. “É uma experiência muito gratificante estar aqui porque a música autoral é muito importante para manter viva a tradição da música de Pernambuco, de Luiz Gonzaga a Chico Science. Estamos dando continuidade a isso vindo aqui ao FIG, um festival extremamente conhecido no país inteiro. Isso é muito uma honra”, declarou Alê Maia, vocalista da banda

A noite foi finalizada pelo Coletivo Carranza, trazendo seus sons autorais e versões de nomes como Crua, de Otto, Risoflora, de Chico Science e Nação Zumbi e, Se Não For Amor eu Cegue, parceria de Lenine com Lula Queiroga, além de apresentar seus trabalho autorais. Todos os shows contaram com recursos de acessibilidade em Libras.

Nesta quinta-feira, o caruaruense Herbert Lucena leva ao palco a renovação dos ritmos nordestinos, como o forró e o coco, mantendo um pé na tradição e outro no futuro. A psicodelia de Tagore Suassuna deve atrair uma legião do cantor e compositor mais alinhado à estética setentista da Ave Sangria, enquanto a banda afro-brasileira pernambucana Abulidu traz suas letras fortes sobre a questão racial, com um discurso em defesa da igualdade.

Hanna Carvalho/Secult-PE/Fundarpe

Hanna Carvalho/Secult-PE/Fundarpe

O cantor Jáder mostra sua colcha de retalhos musicais no palco Pernambuco Lo-Fi

 

Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com investimento de R$ 11,6 milhões, o FIG 2023 reforçou a valorização do artista pernambucano, que compõe os 20 polos do festival, que prossegue até o próximo dia 31. São 398 atrações culturais. Desse total, 89,70% (357) selecionados pela convocatória são pernambucanos; e 10,30% (41) são de outros estados.

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