Praça Dominguinhos viveu noite de muito arrasta-pé
Postado em: Festival de Inverno | Música
Por: Paulo Costa.
Leo Caldas.

Praça e camarotes com pessoas de várias idades e de diversos lugares que vieram prestigiar a festa multicultural do FIG.
Xote, coco, baião, embolada, enfim, ritmos regionais para todos os gostos animaram o povo nas apresentações de Forró Pesado, Herbert Lucena, Quinteto Violado e Flávio José, no Palco Dominguinhos, ontem, 22/7.
Forró Pesado abriu a noite com clássicos de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Dominguinhos, Jorge de Altinho entre outros. A praça começou a se transformar em um grande arrasta-pé ao ar livre.
“O Festival de Inverno é uma oportunidade muito boa para bandas iguais a nossa. Poder tocar em um evento multicultural e grandioso como esse é muito bom. Além de cantar, estou vindo também como público, toda noite, porque tem sempre uma atração cultural”, afirmou Pedrinho Pontes, vocalista do Forró Pesado. E acrescentou: “No final do ano, deveremos lançar nosso quarto CD, comemorando 15 anos de estrada.”
“Acho o festival uma ocasião única que atende a diversos gêneros de pessoas e oportunidades culturais. E bom pra Garanhuns e pra toda região”, enfatizou Mônica Erine, 48 anos, de São João.
Avançando com os ritmos regionais noite a fora, subiu ao palco, em seguida, Herbert Lucena e banda, com ênfase na pisada do coco. Instrumentos de sopro, acordeom, cordas e percussão harmonizaram a roupagem nova com a qual o cantor envolve a música regional nordestina. Outros ritmos também fizeram o povo balançar, arrastando o pé no chão molhado pela chuva: ciranda, samba de gafieira, maracatu e repente.
“O Festival de Inverno tem uma pitada de tudo, é a cara de Pernambuco: rico e diversificado. Quero, ainda, avisar ao público que já finalizei o repertório e os arranjos do próximo disco. Agora tô na batalha das leis de incentivo pra gravá-lo”, ressaltou Herbert Lucena.
“É um festival multicultural, atrai muito turista, é bom pra o comércio e legal pra quem quer curtir porque a gente se diverte com muitas opções”, Eduardo Vicente, 24 anos, de Garanhuns.
O pano se abriu na frente do palco pela terceira vez, descortinando o Quinteto violado. Ritmos regionais com a química de arranjos que têm influências de músicas do mundo, como o jazz, deram o tom da apresentação. Mistura apurada em mais de 40 anos de trajetória nacional e internacional para a alegria da plateia. Gente de muitos lugares que curtiu músicas de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e outros mestres nordestinos. Diversidade sonora dentro da matriz regional para pessoas de gostos diferentes. E elas cantaram, acompanhando o Quinteto, “Não diga que fiquei sozinho… Quem me levará sou eu, quem regressará sou eu”.
“A multiculturalidade do FIG está afinada com a multissonoridade do Quinteto Violado, desde a primeira edição do festival; e ficou mais evidente quando, lá nos primeiros anos, começou o Palco Instrumental que iniciou com a gente”, relembrou Marcelo Melo, cantor e compositor do grupo.
A última atração da noite deixou o público em clima de expectativa, com a banda fazendo versões instrumentais de suas músicas mais marcantes, antes de subir ao palco. O locutor anunciou Flávio José. Daí para frente, o cantor abriu a porteira de sucessos até a madrugada. Destaque para o momento em que, junto com o povo, cantou, “Ô, xalalalalá, coisa boa é namorar…” E o público dançando, nem ligou para chuva. Foi cúmplice da alegria com Flávio José, esticando o final do show, traduzindo na praça outro verso popular de seu cancioneiro, “Se avexe não…”
“Vejo o Festival de Inverno como grande oportunidade para todos os artistas, porque vi muita gente de talento jogar a toalha e desistir por não ter uma chance como esta para mostrar seu trabalho. E a juventude gosta disso que toca aqui, gosta do que é bom, falta oportunidade pra ela ouvir música boa, como a que se escuta nesse festival”, ressalta Flávio José.
“Tá sendo ótimo porque aqui sempre tem forró, brega e muita variedade de música Isso é diversão garantida”, declarou Roberta Fidelis, 16 anos, de Garanhuns.
“Hoje vim curtir um forrozinho, mas gostei muito também dos shows do Pau-Pombo e os que vi no Parque Euclides Dourado”, revelou Valdemir Simões, 55 anos, Jaboatão dos Guararapes.
“Eu acho o festival maravilhoso, muita coisa em um lugar só. Curti a Praça da Palavra, que tem literatura, ouvi acordeom no Virtuosi; e no Polo de Cultura Popular, no Centro da cidade, achei massa, tem cultura pra gente feito eu e pra as pessoas mais simples também”, destacou Joana melo, 30 anos, Olinda.



