Uma década sem Dominguinhos: Legado do artista continua vivo no FIG
Postado em: Festival de Inverno
Foto: Hannah Carvalho

Principal palco do Festival de Inverno de Garanhuns leva o nome do forrozeiro eternizado na memória de sua cidade natal
No dia em que se completou uma década que a magia do Mestre Dominguinhos se encantou, o principal palco do 31° Festival de Inverno de Garanhuns recebeu a cantora Liv Moraes, filha e herdeira musical do forrozeiro, para uma celebração do legado e do valor da obra do artista.
A cantora recebeu em seu show, grandes forrozeiros que ora foram parceiros de longa data de Dominguinhos ou que são diretamente influenciados pelo trabalho do músico. Participaram da homenagem os sanfoneiros Mestre Genaro, Terezinha do Acordeon, Beto Hortis e Luizinho de Serra.
Ao fim da apresentação, Liv reuniu os convidados especiais no palco para juntos celebrarem Dominguinhos, enquanto um vídeo do mestre forrozeiro era transmitido no telão. Foi possível perceber a voz embargada da cantora e a emoção dos músicos no palco e na plateia do FIG que durante alguns minutos se transformaram em uma coisa só, aplaudindo Dominguinhos no céu da eternidade.
ETERNAMENTE REVERENCIADO
Hoje, curiosamente um dia de domingo, completam 10 anos da morte de Dominguinhos. Foi exatamente no dia 23 de Julho de 2013, que se encantou o mestre forrozeiro. Natural de Garanhuns, no agreste pernambucano, um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, deixou aceso um legado musical forte e atual com parcerias com artistas do quilate de Gilberto Gil, Chico Buarque, Nando do Cordel e Anastácia.
Além dos seus parceiros de composição, o cantor, compositor e instrumentista também teve suas músicas gravadas por intérpretes como Elba Ramalho, Ivete Sangalo, Fagner e Maria Bethânia. Ícone do forró e da cultura nordestina, Dominguinhos foi nomeado herdeiro artístico de Luiz Gonzaga pelo próprio rei do baião.
Apesar de ninguém duvidar de que o músico fez jus ao legado, Dominguinhos foi além, transitando por vertentes como bossa-nova, choro, bolero e jazz. Sendo reconhecido mundialmente como um virtuose.
O escritor Braulio Tavares diz que Dominguinhos tinha “o poder multiplicador do gênio”. “Um grande artista não cria consumidores, cria discípulos e futuros mestres. Dominguinhos foi discípulo de Luiz Gonzaga e inovou a arte do mestre. Essa é a diferença entre o artista que cria e o que se apropria”.
José Domingos de Morais, como foi batizado, ao longo dos seus mais de 50 anos de carreira levou o munícipio de Garanhuns ao mundo todo e nove anos depois de seu encantamento, o palco do Festival de Inverno de Garanhuns foi nomeado em sua homenagem – o palco Mestre Dominguinhos.
Dominguinhos iniciou na música, principalmente por influência do pai, que era conhecido como Mestre Chicão, famoso na região em que moravam por ser sanfoneiro e afinador de sanfonas. Foi ele quem deu a Dominguinhos a primeira sanfona, quando este tinha apenas 6 anos de idade.
O apelido só surgiu quando conheceu Gonzaga. Desse encontro também nasceu uma das maiores parcerias da nossa música popular. Além da dupla com Gonzaga, Dominguinhos construiu uma sólida carreira de sucesso com mais de 210 canções compostas.
Esse ano, o FIG fez mais uma homenagem ao sanfoneiro na sua noite abertura com a apresentação da Orquestra Sanfônica Mestre Dominguinhos no palco que leva o nome do artista.
