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Antônio Nóbrega e Valéria Vicente participam de live sobre a dança do frevo

Marcelo Lyra/Secult-PE/Fundarpe

Marcelo Lyra/Secult-PE/Fundarpe

Antônio Nóbrega é um dos convidados do encontro virtual, que vai ao ar na próxima terça-feira (15), no YouTube

O frevo dança está além das coreografias que ilustram o palco ou as ruas com tesouras, martelos, dobradiças, parafusos, etc., enquanto a orquestra toca um rasgado. Também ali é frevo, dança que extrapola espaços e períodos festivos. Desde suas origens, a dança do frevo reflete os gestos, os movimentos, as tensões e o gingado do seu povo. Frevo é vivo, é mutante, ainda que seja uma das tradições que mais identifica o povo pernambucano. O frevo já rompeu os limites de seu território. Está na gênese de uma dança essencialmente brasileira.

É com o objetivo de entender mais os passos que o frevo vem tomando desde sua existência que o programa Cultura em Rede promove a live “Corpofrevo, corpoferve, corpocria”. A conversa reunirá dois bailarinos que também são produtores de conhecimento, estudam e ensinam essa arte: a dançarina, professora e pesquisadora Valéria Vicente; e compositor, músico, bailarino e ator Antônio Carlos Nóbrega. A transmissão acontece nesta terça-feira (15), às 19h, no canal do YouTube da Secretaria de Cultura e da Fundarpe.

“O corpofrevo é o corpo da tradição, de onde vem o frevo; corpoferve é o movimento de transcender a tradição, e finalmente o corpocria que é o movimento de cada criador, porque não existe receita, frevo não é único e cada coisa que surge é específica”, diz a coreógrafa Maria Paula Costa Rêgo, assessora de Dança da Secretaria de Cultura, que irá mediar a conversa.

“O frevo é uma dança brasileira, tem características de dança popular mas assim como o frevo música, tem divisões tais como a dança dos foliões, a dança dos espetáculos de frevo e a dos espetáculos da dança moderna e contemporânea. Então é uma dança brasileira vinda da cultura popular que se transforma e se adapta a cada contexto”, explica a dançarina e pesquisadora Valéria Vicente.

Valéria pesquisa o frevo como uma tecnologia corporal sempre em mutação. “A dança é construída nessa inter-relação com a música, num corpo que não é só capoeira, mas é de proletários, trabalhadores, e que tem essa matriz africana, do povo preto, na ginga da capoeira, na estrutura corporal, na organização do corpo para o movimento, que vai sendo transformada pelas dinâmicas da música, pelas necessidades que vem dessa relação”, diz Valéria, que em breve lança mais um livro sobre o tema. Intitulado “Errância Passista”, a publicação traz o frevo do ponto de vista do passista no carnaval, como uma tecnologia para transformação psicofísica.

CONVIDADOS

NÓBREGA - Nascido no Recife, começou a estudar violino aos oito anos. Em 1971, Ariano Suassuna o convidou para integrar o Quinteto Armorial. A partir daí, passou a estudar o universo da cultura popular e a criar espetáculos de teatro, dança e música nela referenciados. Entre eles: Brincante, Segundas Histórias, O Marco do Meio Dia, Figural, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Rói, Pernambuco Falando para o Mundo, Lunário Perpétuo, Nove de Frevereiro, Naturalmente, Húmus, Recital para Ariano, Semba, Rima entre outros.

Com seus espetáculos, o artista tem viajado pelo Brasil e outros países. Recebeu duas vezes a Comenda do Mérito Cultural. Tem 12 CDs gravados e três DVDs. Em novembro de 1992, fundou com Rosane Almeida – atriz, bailarina e sua esposa – o Instituto Brincante, em São Paulo. Em 2014, o cineasta Walter Carvalho realizou o longa-metragem Brincante, dedicado à sua trajetória artística.

VALÉRIA - Formada em Comunicação Social pela UFPE, mestre e doutora no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, é professora de danças populares e preparação corporal do Departamento de Artes Cênicas (UFPB) e pesquisadora do Acervo Recordança (PE). Desenvolve pesquisas que discutem elementos das culturas populares na sociedade contemporânea, tendo publicado o DVD Trançados Musculares: saúde corporal e ensino do frevo (2011),e os livros Frevo para aprender e ensinar (2015);Entre a Ponta de é e o Calcanhar: Reflexões sobre como o frevo encena o povo, a nação e a dança no Recife (2009); Brincando Maracatu(2008) e Maracatu Rural: O espetáculo como Espaço Social(2005), entre outros artigos e textos divulgados em jornais, revistas e anais acadêmicos.

Na prática de dança se especializou sobre o frevo, realizando pesquisas práticas e teóricas que resultaram nos espetáculos de dança: Chega! (2020), CovidA (2020), Ebulição (2018), Re/inFlexão (2017), Reflexão (2016) Frevo de Casa (2014) Fervo (2006) e Pequena Subversão, criação para o programa Rumos Dança do Itaú Cultural (2007). Fundadora do Acervo Recordança, desenvolve e coordena pesquisas que articulam investigação histórica e a cena artística de Recife. Em 2016 organizou, juntamente a Roberta Ramos o livro “Traçados Historiográficos: A dança no Recife”.

Serviço
Live “Corpofrevo/CorpoFerve/CorpoCria”, com Antônio Carlos Nóbrega, Valéria Vicente e Maria Paula Costa Rêgo (mediação)
Quando: 15 de fevereiro de 2022 (terça-feira), às 19h
Transmissão: Transmissão: youtube.com/SecultPE | facebook.com/culturape

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