Encerramento das diversas oficinas de formação cultural do FIG 2014
Postado em: Festival de Inverno | Formação Cultural | Pernambuco Nação Cultural
Por: Julia Arraes
Durante os últimos cinco dias, crianças, jovens e adultos participaram das atividades realizadas na Autarquia de Ensino Superior de Garanhuns, AESGA. Lá, foram oferecidas oficinas nas mais diversas áreas, como cinema, música, teatro, dança e até confecção de bonecos. Nesta sexta-feira, os alunos tiveram a chance de apresentar o que aprenderam ao longo dos cursos, em uma tarde de muita cultura e aplausos.
Maria Luiza, de 10 anos, participou da oficina de Brinquedo Monstrinho, com Lia Letícia. Ela conta que adorou a experiência de recriar novos personagens a partir de brinquedos velhos e quebrados. “Eu fiz uma nave espacial com uma pistola de atirar água e aproveitei pra fazer um E.T para pilotar”, conta.
Na oficina, as crianças aprenderam a desmontar objetos antigos para construir peças diferentes. Elas também tinham que criar um cenário e uma história para cada boneco. Luiza de Deus, de 11 anos, fez uma cantora com restos de uma vela de aniversário e um óculos. “Eu fiz uma boneca em um palco. Vou deixar no meu quarto para enfeitar”, diz.
Marcelo Soares

Guitarra com os pedais de distorção produzidos durante a oficina Altovolts – Eletrônica Prática para Áudio
Também foi realizada, nesta 24ª edição do Festival de inverno de Garanhuns, a oficina de Altovolts. Os jovens aprenderam a construir pedais de guitarra, com noções básicas de circuito elétrico. “A gente deu algumas aulas sobre eletrônica, para quem gosta de som e de música começar a se familiarizar com essa parte técnica e o resultado foi muito legal”, comentou o oficineiro Adriano Leão.
Thiago Caruso, de 21 anos, veio do Crato, no Ceará, para curtir as atrações do Festival e aproveitou para se inscrever nesta oficina. “Eu sempre gostei muito de música, toco guitarra e achei tudo bem interessante”, diz. Ele conta também que os alunos foram até o ferro velho para conseguir peças para confeccionar o pedal, usaram panelas, recipientes de metal e outros objetos para fazer o som funcionar.
Quem também veio de longe para o FIG foi Emerson Douglas. Ele estuda teatro em Maceió e alugou uma casa com alguns amigos. Emerson participou da oficina de Iniciação ao Figurino teatral e criou uma indumentária para uma personagem chamada Pascuela, uma cigana e feiticeira medieval. “A gente primeiro pensou bastante no conceito da roupa e depois partiu para a confecção. Eu usei retalhos e o resto da fantasia dos outros alunos”, comenta.
Os jovens da FUNASE do bairro de Boa Vista, em Garanhuns, também participaram de uma oficina, dentro da própria instituição. Eles tiveram aula de dança de rua com Levi Costa, que é da Associação metropolitana de Hip Hop em Pernambuco. “Percebi que essa oficina foi bem importante para os meninos e vi cada um criando uma identidade maior com essa questão da arte de rua. Aqui começou com a dança, mas pode se expandir para a música, para o grafite”, contou Levi, que também elogiou a participação engajada dos alunos durante a oficina.
Hélio dos Santos, de 18 anos, nunca tinha dançado rap e adorou as aulas. “Foi uma grande descoberta, saber que eu posso fazer isso também. Aprendi muito e ainda é mais uma forma de fazer exercício físico”, diz. Hélio também garantiu que, mesmo com o fim da oficina, vai continuar praticando a dança de rua e já pensa em montar um grupo.
Foram quase 20 oficinas realizadas no AESGA, desde o dia 21 de julho e centenas de pessoas se inscreveram para participar das atividades.
Na sexta-feira, após todas as apresentações, os alunos receberam os certificados, mas acabaram levando para casa muito mais do que isso: lembranças e aprendizado.

