Oficina de iniciação em dança oferece vagas para pessoas cegas
Curso de iniciação terá duração de quatro meses.
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“Leve”, do Coletivo Lugar Comum, foi o primeiro espetáculo a realizar uma temporada inteira com acessibilidade.
O Coletivo Lugar Comum está com inscrições abertas até 12 de agosto para oficina “Multiplicando olhares sobre o corpo que dança”. O curso de iniciação vai abordar aspectos teóricos sobre o movimento, anatomia e diferentes técnicas presentes no universo e na história da dança através da leitura de textos e discussões, além de exercícios práticos desenvolvidos a partir da experiência corporal das artistas Maria Agrelli, Renata Muniz e Silvia Góes, integrantes do Coletivo Lugar Comum. A atividade conta 20 vagas, sendo dez vagas para pessoas cegas. O curso é voltado para alunos iniciantes, a partir dos 16 anos, interessados em compartilhar experiências e novos olhares sobre o corpo e o movimento. A iniciativa tem incentivo do Funcultura, Governo de Pernambuco.
As aulas terão início no dia 19 de agosto e acontecerão sempre às quartas-feiras, durante quatro meses, na sede do Coletivo Lugar Comum, na Rua Capitão Lima, 210, no bairro de Santo Amaro, no Recife. Para se inscrever basta enviar breve currículo e carta de intenção (com 10 linhas no máximo) destacando também a disponibilidade de horário nas quartas pela manhã, à tarde ou nos dois turnos. O endereço para envio é multiplicando.olhares@gmail.com. Os selecionados receberão retorno por e-mail até o dia 16 de agosto. As aulas e a inscrição são gratuitas.
O curso terá aulas práticas e teóricas dedicadas ao desenvolvimento de um trabalho de conscientização pelo movimento. A ideia é possibilitar a troca entre pessoas cegas e pessoas sem deficiência aparente interessadas em descobertas corporais a partir deste encontro. O projeto, incentivado pelo Funcultura, engloba também a realização de eventos artísticos na sede do Coletivo Lugar Comum, debates e discussões focados prioritariamente no público cego, cuja voz será o norte para novas propostas que possam transformar a relação de sua presença nos espetáculos de dança com acessibilidade oferecidos em Pernambuco.
A cada mês, grupos e artistas que já apresentaram espetáculos com áudio-descrição ao longo de sua trajetória serão convidados para um evento artístico, com apresentações seguidas de debates. A proposta é que o encontro se consolide como um espaço aberto para troca de saberes entre profissionais das artes cênicas que têm interesse em investir em acessibilidade, profissionais da área de acessibilidade propriamente dita e o público cego da cidade, proporcionando assim um melhor conhecimento das necessidades e desejos no sentido de impulsionar a presença das pessoas cegas nos espetáculos e teatros locais.
O projeto “Multiplicando olhares sobre o corpo que dança” terá um blog para registro das atividades, traçando um panorama sobre facilidades e dificuldades, acertos e erros na busca pela garantia da acessibilidade aos espetáculos como direito do público cego e prioridade de investimento dos grupos e artistas de Pernambuco.