Ronaldo Kapinawá e Pai Ivo de Xambá falam sobre museus comunitários em live da Secult-PE
O bate-papo acontece na próxima terça-feira (21), às 19h, no canal www.youtube.com/secultpe
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A Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) realiza, na próxima terça-feira (21), a partir das 19h, a live “Museus comunitários: ancestralidade e pertencimento”, que vai ao ar no canal que a Secult-PE mantém no Youtube (www.youtube.com/SecultPE). O programa faz parte da 15ª Primavera dos Museus, evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que acontece de 20 a 26 de setembro, reunindo mais de 680 instituições de todo o país.
Os convidados para o debate sobre museus comunitários são Ronaldo Kapinawá, coordenador do Museu Kapinawá e também guia de turismo, arqueólogo, pedagogo e fotógrafo, e Pai Ivo de Xambá, criador e coordenador do Memorial Severina Paraíso da Silva, babalorixá da Casa de Xambá e presidente do segundo quilombo urbano do Brasil. Rosélia Rocha, museóloga formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, atualmente, assessora na Gerência de Territorialidade e Equipamentos Culturais da Secult-PE, faz a mediação.
“O museu comunitário é uma ferramenta para a construção de sujeitos coletivos, enquanto as comunidades se apropriam dele para enriquecer as relações no seu interior, desenvolver a consciência da própria história, propiciar a reflexão e a crítica e organizar-se para a ação coletiva transformadora. No processo de construção desse formato de museu, a comunidade participa ativamente de todos os processos, desde a concepção à curadoria da temática que será abordada”, explica Rosélia Rocha.
Segundo ela, esse tipo de iniciativa fortalece a identidade e legitima a história, além de atuar como um importante agente cultural, promovendo projetos, treinamentos, a valorização da arte, da cultura e da educação e ainda possibilitando a existência do turismo comunitário.
Para Ronaldo Kapinawá, o museu comunitário é muito mais que um ponto de cultura, é uma garantia de território, de demarcação de terra mesmo, neste momento em que se discute a tese do marco temporal, defendida pelos proprietários de terras e que, segundo a qual, os indígenas só teriam direito a terras que estavam sob sua posse a partir de 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Brasileira. “Contar a história do nosso povo é mais uma conquista do território e é uma história contada por nós”, diz Ronaldo, que deseja que o museu seja ponto de partida para muitas pesquisas sobre o povo Kapinawá, que se espalha por três municípios do Agreste de Pernambuco: Buíque, Tupanatinga e Ibimirim, na região do Vale do Catimbau.
Pai Ivo de Xambá acredita que o Memorial Severina Paraíso da Silva é um passo importante na luta contra o preconceito às religiões de matriz africana, no caso, o candomblé. Segundo Pai Ivo, que é doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Pernambuco por seu grande trabalho de divulgação da cultura afro-brasileira, o Memorial também é um importante ponto para a educação como uma quebra do padrão de “educação feita pela elite para a própria elite, branca, racista e homofóbica”, como ele ressalta.
Museu Kapinawá
Inaugurado em 2015, fica localizado no Espaço Sagrado Anjucá, no território indígena Kapinawá, em Buíque, no Agreste de Pernambuco. É um museu feito pelos indígenas, dedicado a contar uma história da comunidade, dentro do território deles, com monitores indígenas. No acervo do museu, há objetos de antepassados, fotografias e recortes de jornal.
Memorial Severina Paraíso da Silva (Mãe Biu)
Primeiro museu afro de Pernambuco, exibe artefatos do candomblé e objetos pertencentes à yalorixá Severina Paraíso da Silva. O memorial é resultado de um projeto de pesquisa coordenado por Pai Ivo, filho de Mãe Biu, e conta a história da única comunidade Nação Xambá existente no país e tem uma importância cultural muito forte. Fica no Bairro de São Benedito em Olinda. Pai Ivo também está à frente da construção de um centro de estudos quilombolas, em Monjope (Igarassu).
Webprograma “Cultura em Rede”
Realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco, o webprograma Cultura em Rede traz, sempre às terças-feiras, às 19h, debates sobre temas relevantes da cultura pernambucana e nacional. A live vai ao ar tanto no canal da Secult-PE no Youtube, quanto no Facebook.
Serviço
Live “Museus comunitários: ancestralidade e pertencimento”
Quando: 21 de setembro de 2021 (terça-feira), às 19h
Transmissão: www.youtube.com/SecultPE | www.facebook.com/culturape
