Íldima Lima inaugura a exposição virtual “Negras Cabeças”
Postado em: Artes Visuais | Lei Aldir Blanc
A artista visual ILLI, Íldima Lima, inaugura nesta terça-feira (29) a exposição virtual ”Negras Cabeças”. Com o propósito de estabelecer uma conexão visual-ancestral, partindo de referências e registros históricos de mulheres pertencentes a grupos étnicos que utilizavam penteados e adornos de cabeça como artifício de linguagem para expressar aspectos pertinentes à sua cultura, a exposição apresenta pinturas de mulheres das etnias Betsimisaraka, Mangbetu, Suri, Mursi, Mwila, Mbalantu, Fulani e Himba. A exposição inova ao criar um ambiente de visitação imersivo em formato de game interativo, produzido pela empresa Ops Game Studio, com trilha sonora original de Filipe Castro. Os espectadores poderão acessar a exposição através do site Negras Cabeças Art. A iniciativa conta com os recursos da Lei Aldir Blanc em Pernambuco.
A exposição “Negras Cabeças”é mais uma etapa, para além da pintura, de ações da artista visual ILLI, que propõe-se a contribuir para a ressignificação imagética da mulher negra nas artes visuais, através do deslocamento e protagonismo como forma de representação e representantividade dos corpos negros. Através da materialização dessas memórias, o objetivo é que o recurso digital estabeleça uma conexão a debates da sociedade atual, onde temáticas de gênero, classe e raça, associadas ao fortalecimento das mulheres negras, sua apropriação estética, resgate ancestral e ocupação dos espaços a partir das diversas formas de representação, tendo como matriz simbólica a adoção do cabelo natural.
“É um olhar para a ancestralidade. Uma reverência às linguagens e tecnologias utilizadas por esses grupos para codificar mensagens através dos penteados, dos adornos, a fim de comunicar status e situações de interesse daqueles grupos, tendo se constituído com traços culturais definidores ao longo do tempo. Não à toa a cabeça é usada como suporte dessa conexão. A materialidade resultante concentra uma intersecção entre comunicação e arte, que podem ser lidos em duas instâncias: pela forma, expressão estética, e pelo conteúdo, expressão linguística. Há um princípio nesses grupos em se fazer entender pelo que se vê e como se vê. A exposição é uma celebração dessas etninas”, relata Illi.
A mostra utiliza-se da mecânica da gamificação para criar um elo entre o contemporâneo e o ancestral, a partir da criação de ambientes imersivos, com interação em primeira pessoa, concedendo ao visitante autonomia para explorar cada um dos três mundos criados pela artista, onde cada obra apresentada está contida em um cenário que reproduz o bioma onde aquela etnia vive/viveu. O recurso foi utilizado para favorecer a conexão do visitante com a realidade espacial de cada grupo étnico.
“A gente construiu um universo do zero e a proposta é que através do processo de gamificação, a exposição aconteça de uma maneira que o espectador tenha uma experiência de visitação em um processo imersivo. A ideia é que a exposição faça a pessoa se sentir dentro de um jogo com comandos de movimentação, como caminhar e girar, para que assim possa ter uma percepção completa do ambiente e interação com as obras”, conta Illi.
Serviço
Negras Cabeças – Exposição virtual gamificada que retrata a importância ancestral de penteados e adornos de cabeça como artifício de linguagem para grupos étnicos
Quando: de 29 de junho a 30 de dezembro de 2021
Acessar em: www.negrascabecas.art
