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Cepe Editora lança as crônicas de Flávio Brayner

Comentários racistas, ameaças ao ensino, ataques à ciência e o desmonte da cultura apregoados pelo governo federal e por cidadãos brasileiros serviram de mote para o professor Flávio Brayner escrever crônicas semanais. Parte desses artigos, publicados na página de Opinião do Jornal do Commercio de 2016 a 2019, com agudeza e ironia fina, estão agora reunidos no livro “A arte de se tornar ignorante” que a Cepe Editora lança nesta quinta-feira (1º). A live de divulgação será às 19h30 com a presença do autor e de dois apresentadores da obra, o professor Lourival Holanda e o ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Anísio Brasileiro, no canal da Cepe no Youtube (www.youtube.com/CepeOficial).

“A arte de se tornar ignorante” tem 288 páginas e 125 crônicas selecionadas de acordo com os eixos que conduzem o livro: “Os outros”, “A arte de se tornar ignorante”, “Universitas”, “O tempora, o mores!”, Política & História” e “O que fizeram de mim”. Nos textos, curtos e elegantes, Flávio Brayner registra suas memórias e, principalmente, aquilo que absorve em leituras e conversas. “Um pouco de atenção que dedico à nossa época, seus costumes, sua decadência, aos ditos das pessoas, às declarações de homens públicos, às passagens dos grandes clássicos da cultura, e que me servem de motivo e tema para os artigos”, afirmou o autor.

Frente aos ataques do governo federal à cultura, ele dedicou um artigo ao  sociólogo e crítico literário Antonio Candido (1918-2017) no qual destaca: “A literatura deveria ser encarada como um direito universal e inalienável sem o quê nossa humanidade está em risco”. Flávio Brayner também se manifestou, numa das crônicas, ao ler uma proposta de cassação do título de Patrono da Educação Brasileira dado ao educador Paulo Freire (1921-1997), que usava como argumento avaliações internacionais da educação no País com resultados negativos.

“As orientações pedagógicas das instituições públicas e privadas brasileiras não são freireanas. Bem antes de Freire, nossa educação já era um desastre republicano! Ao fim da Primeira Guerra Mundial (1918), apenas 8% da população nordestina era alfabetizada”, ressaltou Flávio Brayner no artigo. Em vários textos, aliás, ele defende a importância da escola para a formação integral de cidadãos com pensamento crítico e a manutenção dos cursos de filosofia no ensino médio, em resposta a projetos do governo federal para acabar com a disciplina.

A escola, diz ele em um dos artigos, não é apenas um lugar onde professores e alunos se encontram. “Nela, nós saímos de um universo (familiar e afetivo) e entramos em outro (regulado por papéis institucionais), saímos de nossa cultura particular e entramos no âmbito do universal (ciência, história)”, escreveu. “A arte de ser ignorante” é a terceira coletânea de artigos publicados no JC lançada por Flávio Brayner. A primeira foi “Nós que amávamos tanto a libertação” (2011) e a segunda, “O céu dos oblíquos” (2017).

“Acho que a coletânea prolonga a vida do texto jornalístico, mas ele continua sendo um “texto jornalístico”, circunstancial, opinativo, incidental, datado… O que eu pretendo é dar a eles – apesar de sua diversidade de temas e assuntos, uma certa organicidade, reunindo-os sob a batuta de um guarda chuva temático. O que era disperso aparece agora cozido por um fio de coerência e unidade”, afirmou, ao comentar a publicação dos artigos em formato de livro.

Com a terceira coletânea, ele chega ao 12º livro publicado. “Diferentemente de Paulo Freire, eu não tenho nada a “anunciar”, talvez algumas coisas a “denunciar”, mas sem nenhuma intenção “profética” ou salvacionista. Quis apenas compreender a época em que vivi e dizer para os outros que o “Horror” não é uma condição necessária da existência. Só isto!”, resumiu. Além de Anísio Brasileiro e de Lourival Holanda (professor da UFPE e integrante da Academia Pernambucana de Letras), o jornalista Laurindo Ferreira (diretor de redação do Jornal do Commercio) assina um texto de apresentação para A Arte de se tornar ignorante.

“É interessante ver como parte desses artigos, com a produção de Flávio Brayner como cronista e articulista de 2016 a 2019, ainda são muito atuais. Ele consegue se alternar de forma muito sutil e leve entre temas imediatos, entre propostas políticas e eventos e também sobre questões fundamentais e duradouras, como conceitos de cultura e educação”, declarou o jornalista e editor da Cepe Diogo Guedes. “Com o que está acontecendo no Brasil nos últimos anos, A arte de se tornar ignorante continua bastante atual e de leitura provocativa”, acrescentou.

Sobre o autor - Paraibano de nascimento, Flávio Henrique Albert Brayner é professor aposentado do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação da Universidade Federal de Pernambuco. Em março de 2021, recebeu o título de Cidadão Pernambucano, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco. É formado em história pela UFPE e autor de vários livros na área de educação.

Serviço
Live de lançamento de “A arte de se tornar ignorante”, com Flávio Brayner, Anísio Brasileiro e Lourival Holanda
Quando: 1º de julho de 2021 (quinta-feira), às 19h30
Transmissão pelo Canal da Cepe no YouTube (www.youtube.com/CepeOficial)
Preço: R$ 40 (impresso) e R$ 16 (e-book)
Onde comprar: Lojas físicas e site da Cepe (www.cepe.com.br/lojacepe)

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