Mais de 100 mil pessoas compareceram à 12ª Bienal do Livro de Pernambuco
Durante sua realização, o evento movimentou cerca de R$ 10.4 milhões apenas em vendas diretas
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Hélia Scheppa/SEI

O governador Paulo Câmara prestigiou o evento e participou da uma palestra, ao lado da economista Tânia Bacelar, do senador Humberto Costa e do secretário de Cultura do Estado, Gilberto Freyre Neto, sobre os desafios e oportunidades na economia do Nordeste e de Pernambuco
Bienal Internacional do Livro de Pernambuco encerrou, neste domingo (13), sua 12ª edição, cumprindo fielmente o papel de provocar questionamentos, incentivar o conhecimento e ampliar debates.
Mais de 100 mil pessoas visitaram a maior feira literária do Nordeste durante seus dez dias de realização, que levou ao Centro de Convenções de Pernambuco uma programação grandiosa, com mais de 120 horas de atividades de alta qualidade, atendendo todas as faixas etárias.
“É uma alegria conseguir oferecer a sociedade esse incentivo a leitura, reforçando nosso compromisso com o leitor do futuro. Apresentar um evento como este tem suas dificuldades e este ano, tendo como plano de fundo este cenário atual, tivemos que nos esforçar ainda mais”, comentou Rogério Robalinho, sócio diretor da Cia de Eventos, produtora da Bienal PE.
O evento contou com apoio do Governo do Estado de Pernambuco, por meio de parcerias com a Secult-PE, Fundarpe, Cepe e Empetur. “Pernambuco tem uma grande vocação para as letras, prova disso é o sucesso expressivo que a Bienal do Livro alcança a cada edição, mobilizando autores novos e consagrados em torno de suas mesas redondas e debates, e, além disso, arregimentando novos leitores a embarcarem no universo literário”, comenta o secretário estadual de Cultura, Gilberto Freyre. O gestor mediou uma mesa, no dia 6 de outubro, sobre os desafios e oportunidades na economia do Nordeste e de Pernambuco, que contou com as participações do governador Paulo Câmara, a economista Tânia Bacelar e o senador Humberto Costa.
Já o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, destaca a qualidade da programação deste ano que, além de ter prestado uma justa homenagem aos escritores Sidney Rocha e Solano Trindade (in memorian), conseguiu atrair um público diversificado aos pavilhões do Centro de Convenções. “Na Bienal do Livro, o que vemos é uma confluência de temas e atividades que refletem a preocupação dos organizadores em pensar ações que agradem as mais variadas faixas etárias e públicos: crianças, jovens, adultos, todos circulando livremente entre os estandes, compartilhando, debatendo e trocando ideias”, celebrou o presidente.
Indo na contramão na atual crise do mercado editorial brasileiro, a Bienal PE movimentou, durante sua realização, cerca de R$ 10.4 milhões apenas em vendas diretas, beneficiando os expositores que compuseram o evento.
Entre elas a Livraria Imperatriz, que levou toda a variedade dos seus produtos para o estande. Mais de 600 títulos foram oferecidos, entre paradidáticos, ficção, poesia e títulos de literatura infantil. “Participar da Bienal é sempre muito bom. Este ano oferecemos livros bem variados e o público deu um retorno muito positivo, vendemos muito bem. Sentimos que a partir do segundo dia o movimento só aumentou”, destacou Manoel da Silva, gerente e responsável pelo estande.
Já a paulista Editora Aleph, participando pela primeira vez da feira, destacou o contato com o público do Nordeste como sua principal conquista. “Sem dúvidas, para a marca esta é a melhor divulgação que existe. Conseguimos expor todo o catálogo, apresentar as obras, trocar informações, receber sugestões de publicações e até ouvir críticas. Geramos muitas vendas e tivemos um excelente contato direto com o nosso público. Isso nos deixa mais confiantes em retornar” explicou o gerente comercial da Editora, Giovani das Graças.
Outra participante do sudeste, a editora carioca Ciranda Cultural, também veio com o catálogo completo e disse ter tido um excelente retorno financeiro. “Nos finais de semana foi incrivel. Tivemos um bom movimento e compensou e muito nossa vinda. Esta é a terceira vez que a gente participa e mais uma vez o evento está de parabéns. Com certeza vamos voltar na próxima edição”, disse Marcelo Rodrigues, gerente da editora.
Num cenário social onde iniciativas como estas se mostram essenciais, a Bienal do Livro de Pernambuco destacou a importância de revisitar importantes nomes da literatura brasileira e homenageou o poeta e ativista do movimento afro Solano Trindade (in memorian) e o premiado romancista Sidney Rocha.
Entre as escritoras e escritores que participaram da XII Bienal do Livro de Pernambuco estão a autora Ana Maria Gonçalves, o filósofo francês Gregórie Chamayou, a escritora portuguesa Isabela Figueiredo, o pesquisador e escritor Muniz Sodré, o cronista Artur Xexéo, o jornalista Luís Nassif, o romancista André Vianco, o escritor Xico Sá, a escritora Clarice Freire, a youtuber Babi Dewet e o escritor e atual presidente da Central Única das Favelas (CUFA) Global, Preto Zezé.
Durante o evento foram lançadas mais de 130 novas obras na Plataforma de Lançamentos, cerca de 90 atrações passaram pelo Palco Além das Letras, mais 90 escritores e palestrantes convidados conversaram com o público no auditório Círculo das Ideias e 30 minicursos preencheram os horários da Sala de Oficinas.
“São 24 anos de história, divulgando grandes obras, apoiando escritores independentes e incentivando o protagonismo no leitor, para que ele vá além e se torne também criador e multiplicador de conhecimento” finalizou Rogério Robalinho, durante o último dia de evento.