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George Souza (N’Zambi) exalta o reggae de Marcelo Santana

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O Eu Indico de hoje é rastafári puro! O músico George Souza, vocalista e principal compositor da banda de N’Zambi aceitou nosso convite e traz uma dica pra rodar no toca-discos.

Ao Cultura PE e aos internautas ele indica o disco Pureza de Menino (2001), do cantor e compositor Marcelo Santana. Um dos pilares do reggae pernambucano, Santana traz em suas músicas positive vibrations, dialogando com as raízes da música nordestina. Autor de 4 discos – além de Pureza de Menino, lançou Sensibilize (1996), Reggae na alma(2004) e Marcelo Santana Acústico (2008) – , dois documentários – Iroco e Casa Amarela – é um dos mais autênticos ativistas da música reggae no estado.

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Em 2001, uma grande amiga me convidou para conhecer o Zezin Bar, em Casa Amarela. Na ocasião, eu já tinha tido uma banda de hardcore chamada Setor Oeste (extinta em 98), e, nesse período, eu era batuqueiro do Maracatu Várzea do Capibaribe, do cantor Abissal e do Mestre Pirulito. Minha vontade de formar uma banda ligada à cultura afro surgia nesse período e, justamente nesse espaço, fui apresentado ao músico Marcelo Santana, que era filho do dono do Bar e estava lançando o disco Pureza de Menino, com sua banda, o Comando Rasta.

Pra mim ouvir a palavra Xangô, dentre tantas outras, num reggae, foi uma grande surpresa, pois até então só eu associava o gênero às mensagens de amor, ou críticas sociais ligadas a uma espiritualidade rastafári. Foi como se abrisse um leque de possibilidades para criação de um trabalho autoral de reggae em Pernambuco, que focasse nas raízes afropernambucanas, trazendo nosso sotaque, nossas tradições, resgatasse palavras africanas do nosso cotidiano, buscando a espiritualidade das nossas tradições culturais, questionasse o racismo no mundo, ressignificando o reggae raiz com as nossas próprias raízes. Isso tudo trazendo uma leveza rítmica e melódica que possibilitasse o mergulho por completo na música.

Essas foram as sensações proporcionadas por este CD que adquiri de imediato e que me fez buscar o seu disco anterior de 1996, o Sensibilize, assim como os posteriores ao Pureza de Menino (2001), me tornando um fã de carteirinha de Marcelo Santana e dando bases para compor músicas que viriam fundar a banda N’zambi, em 2003. Indico a todos a ouvirem esse belíssimo trabalho que despertou em mim a importância de colocar identidade na música, independente de qual seja o gênero escolhido para se seguir ou se referenciar. Muito asè!

Ouça Pureza de Menino, de Marcelo Santana

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