O convidado desta semana da seção Eu Indico é o músico, cantor e compositor Zé Manoel. Natural de Petrolina e dono de uma voz marcante, o pianista se prepara para lançar seu segundo álbum, Canção e silêncio, pela Natura Musical. O disco, com produção de Carlos Eduardo Miranda e Kassin, e arranjos de orquestra de Letieres Leite, vem endossar o talento do artista, criador de canções que trafegam pela bossa, chorinho, jazz, com um apuro e sofisticação ímpares.

Ao Cultura.PE e aos internautas ele indica o disco Expresso do Fim do Mundo (2014), da banda Semente de Vulcão. O primeiro álbum do grupo recifense foi produzido pelo guitarrista Paulo Rafael e traz a banda e sua verve “udigrudi”, onde faz dialogar a sonoridade regional com o rock e a presença cênica do vocalista João Menelau, que, de rosto pintado, compõe as músicas também com seus gestos, expressões e caras e bocas.

Kevin Andrade

Semente de Vulcão

“Semente de Vulcão foi uma das primeiras bandas da cena pós-mangue, digo dessa turma mais recente, que pude acompanhar de perto, ao chegar no Recife, em meados de 2008. Eles já eram super elogiados na rodas de conversas entre amigos. Com referências claras do Udigrudi, muita irreverência, psicodelia e regionalismos, fiquei “de cara” com as interpretações teatrais de João Menelau e a presença de todos os músicos, coerência do repertório, enfim… Passei a acompanhar, entusiasmado, os caras.

Exatamente no mesmo período em que eles lançaram o seu primeiro EP, eu também estava lançando o meu. Caminhamos emparelhados, cada um com o seu som e suas referências. Chegamos a fazer um show juntos no saudoso Quintal do Lima e foi uma noite memorável pra todos nós. Com o passar do tempo, fomos amadurecendo os nossos sons e aprendendo muito sobre uma cena da qual ainda fazemos parte e que veio se expandindo de lá pra cá.

Endossados por músicos da tarimba de Zé da Flauta e do guitarrista Paulo Rafael, figura também importantíssima do Udigrudi, que se encantou com a banda Semente de Vulcão e propôs produzir o novo álbum deles, “Expresso do Fim do Mundo”. Uma junção que deu novo gás à banda e resultou num disco com a pegada mais rock, talvez menos saudosista, mas com a essência da banda em evidência. A psicodelia, irreverência, regionalismos e boas canções… está tudo lá”.

Abaixo, ouça o disco Expresso do Fim do Mundo, da Semente de Vulcão