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Jornada do Patrimônio Alimentar tem início com delícias de vinhos e bolos pernambucanos

Palestras e oficinas aconteceram na Faculdade Senac, no Recife, na manhã e tarde desta segunda-feira (26)

Quem achava que a Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco já havia acabado rasgou a boca. Ou melhor, encheu a boca. E os olhos. Em sua 17ª edição, o evento entrou em sua reta final, esta semana, com a realização da 3ª Jornada do Patrimônio Alimentar: Cultura Alimentar e Identidade Territorial. O evento é fruto de uma parceria do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em com os cursos de gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Faculdade Senac (FacSenac). A estreia, nesta segunda-feira (26), na Faculdade Senac, foi dedicada aos vinhos produzidos na região do Vale do São Francisco (Sertão) e ao bolos que são patrimônios culturais pernambucanos.

A 3ª Jornada do Patrimônio Alimentar: Cultura Alimentar e Identidade Territorial continua até a próxima quinta-feira (29). Confira aqui a programação completa.

Pela manhã, no Auditório da FacSenac, foi colocado o tema Indicação Geográfica: Vinhos do Vale do São Francisco. Robson Lustosa, coordenador de gastronomia da faculdade, mediou as palestras com Luciana Arruda, professora do curso de bacharelado em gastronomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFRPE; e Yanne Moreira, economista e assessora de Arranjos Produtivos da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe).

Após uma breve introdução da assessora de Gastronomia da Secult-PE, Dianne Sousa, e do gerente de Patrimônio Imaterial da Fundarpe, Marcelo Renan de Souza, cada expositor explicou, em sua área, como se deu o processo de registro de indicação geográfica (conferido a produtos ou serviços que são característicos de seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação a seus similares disponíveis no mercado) dos vinhos produzidos no Vale do São Francisco.

“A indicação geográfica do vinho é nossa primeira de alimentação no Estado”, lembrou Dianne Sousa. “Temos muitos outros produtos em potencial. Inclusive, temos um processo em andamento, que é o do queijo coalho do Agreste, que se encontra em fase de pesquisa e delimitação”, contou. “O caso de sucesso do vinho, sua implementação e desenvolvimento, desperta para outros mercados o interesse de buscar o selo de indicação geográfica, como nos casos do mel e do café de Taquaritinga do Norte”, exemplificou.

O debate que se seguiu com a plateia contou ainda com a participação da sommelière Mariana Dubeux, que ministrou, no fim da manhã, no salão de eventos da FacSenac, a oficina Degustando o Vale do São Francisco. Na workshop, fez uma breve apresentação sobre os rótulos locais e sua projeção comercial e pôde proporcionar uma experienciação de alguns tipos de vinhos produzidos no Estado.

A tarde foi dedicada a quatro concorridas oficinas gastronômicas sob o título Os Doces Patrimônio de Pernambuco, ministrada por professoras da FacSenac: Bolo de Rolo, com Juliana Costa; Bolo Barra Branca, com Tânia Bastos; Bolo de Noiva Pernambucano, com Cristianne Barros; e Bolo Souza Leão, com Renata Oliveira.

“A academia tem que inserir naquilo que está sendo desenvolvido no âmbito externo”, comentou Robson Lustosa. “Em nossas práticas educacionais consideramos também a discussão da gastronomia quanto aos aspectos culturais focando no conteúdo de desenvolvimento econômico regional”, disse. “Temos uma disciplina de confeitaria em que discutimos também o patrimônio. Na discplina de enogastronomia tratamos das indicações de procedência sempre trazendo à tona os vinhos que são produzidos na região do Vale do São Francisco. Na educação não faz sentido falar, tratar de alguns assuntos sem um olhar para o desenvolvimento local, na promoção do desenvolvimento regional”, explicou o professor.

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